Autoria: Joana Abreu, LEFT, e João Carranca, LEEC
No dia 26 de março, sábado, a SDUL, Sociedade de Debates da Universidade de Lisboa, realizou o IV Open’22, um evento que reuniu estudantes de ensino superior do país inteiro com um gosto em comum: o prazer por debater. O torneio teve lugar no Instituto Superior Técnico e proporcionou uma experiência inesquecível para os vários participantes.
No passado dia 26 de março, deu-se mais um torneio de debates da SDUL, desta vez, com palco na nossa faculdade. O debate a nível nacional permitiu que os participantes tivessem um contacto com membros de diversas sociedades de debates do país. A primeira ronda de debates teve início pelas 9 horas da manhã, tendo este sido um dia preenchido com 4 rondas, que permitiram a todos os participantes desenvolver as suas capacidades argumentativas e de oratória de forma intensiva e com feedback constante.
Para além disto, o torneio incluiu almoço e jantar, revelando-se os momentos de refeição uma oportunidade para um convívio tão divertido quanto enriquecedor. Houve um claro esforço por parte da organização para tornar este evento algo memorável e agradável para todos os envolvidos, especialmente depois de 2 anos de pandemia. Quanto ao alojamento, foi disponibilizado a custo muito acessível para todos aqueles que dele precisassem. As refeições, incluídas no já reduzido preço de participação, foram sempre disponibilizadas a tempo e horas, com abundância.
O Open Tejo já não se realizava desde 2019 e foi para muitos do mundo do debate competitivo um retorno à normalidade. Para outros, foi a primeira interação com o modelo de debate competitivo. Houve, aliás, uma grande afluência de iniciados, indicador de um renovado interesse e de um renascer de uma atividade que esteve limitada ao ecrã e às 4 paredes das casas de cada um nos últimos dois anos.
Apesar do natural cansaço de debater diferentes tópicos 4 vezes em apenas um dia com outros potenciais 3 no dia seguinte, todos aqueles com que falámos, incluindo aqueles que não tinham nenhuma experiência prévia, referiram que não só ganharam imenso conhecimento útil como notaram uma melhoria significativa na capacidade de estruturar e comunicar ideias.
Perguntámos a Gabriela Werdan quais as divergências entre um debate casual e uma situação de torneio, que nos explicou que “Em situação de torneio nós geralmente estamos com gente de todos os lados do país que já viu vários tipos de debate competitivo muito diferentes de nós, […]. Portanto, estamos a aprender com muitos mais pontos de vista diferentes e, segundo, como é um torneio, há várias rondas, não é só um debate, pelo que a cada ronda nós vamos aprendendo, e na próxima ronda conseguimos aplicar sempre o que aprendemos na ronda anterior.”. Guilherme Alexandre acrescentou ainda “nomeadamente, entre cada ronda, os adjudicadores, quem está a avaliar cada debate, dão-nos feedback e podemos pedir feedback mais individualizado. Portanto, dizem: ‘Olha, no teu discurso não fizeste esta parte que era suposto fazeres e eu da próxima vez que calhar aquela moção já vou estar especialmente atento a isso e tomo nota nas minhas folhinhas. Outra coisa é – o facto de serem várias moções, todas seguidas, neste caso, quatro rondas hoje, faz com que eu pense em vários temas diferentes e muitas vezes eu até posso concordar com o lado do governo, mas sou sorteado para o lado da oposição, portanto, vou ficar com várias perspetivas e, depois, há uma parte muito divertida: nos debates regulares temos um debate para uma sala ou duas, e nós saímos de cá com os nossos amigos e ficamos a falar de cenas aleatórias, aqui nós vamos ter com as outras pessoas da nossa sociedade de debates e vamos ter ‘Olha, como é que correu o vosso? O que é que o primeiro governo trouxe? Qual foi o ponto de vista aqui? Como é que vocês se safaram? É muito mais interessante do que um debate normal.”.
Através dos testemunhos que recolhemos ao longo do dia, inferimos que, efetivamente, este foi um evento de sucesso e recomendamos vivamente a participação nos torneios de debates da SDUL, que primam pela organização e pela dinâmica geral, para além de serem a atividade ideal para complementar a componente académica do currículo de qualquer estudante nos dias que correm. Para quem tem interesse em política, em oratória ou simplesmente o desejo de aprofundar as soft skills de comunicação e estruturação de raciocínio, deixamos então o convite para participar nas futuras edições do Open Tejo e nas restantes atividades da SDUL, nomeadamente, nos debates semanais que muitas vezes se realizam também no IST às terças e quintas a partir das 18:30.