António Mota Redol, Presidente da Direção da AEIST 1965/66: “Não tem havido suficiente memória das coisas”

Autoria: João Dinis Álvares (MEFT)

Antes de se iniciar o artigo, deixe-se a nota de que haverá dois tipos de citação: um, utilizando “”, que indicará citações da entrevista feita pelo Diferencial, e outro, «», que indicará citações da entrevista realizada por uma investigadora coordenada por Luísa Tiago de Oliveira, no seu livro “O Activismo Estudantil no IST (1945-1980)”. Isto advém de a entrevista feita pela autora ser muito abrangente e a entrevista feita pelo Diferencial foi planeada de modo a complementar a primeira. As várias aspas serão usadas noutros contextos, onde será óbvio que não se tratam dos casos mencionados.

António Mota Redol estudou Engenharia Química no Instituto Superior Técnico (IST), entre 1960/61 e 1966/67. Em 1962, espoletou-se a crise académica, que resultou no cancelamento do Dia do Estudante, à força, por parte do regime, altura em que a vida de António Mota Redol mudou. Juntou-se à Associação dos Estudantes do IST (AEIST) e foi presidente da direção, no ano letivo de 65-66. É um dos nomes importantes do Movimento Estudantil português (e não só). Conheça-se um pouco da sua história.

A sua vida antes da Crise Académica de 1962

“Eu nasci em Lisboa e vivi sempre em Lisboa, embora fosse muitas vezes a Vila Franca [de Xira], à casa da minha avó [materna], passava lá férias.”

António Mota Redol era um aluno dedicado, que vivia o Estado Novo de uma forma passiva: “por razões familiares e outras, tinha conhecimento da ditadura e das pessoas que tinham morrido na cadeia. Tinha conhecimento dessas coisas todas, mas estava muito dedicado, de facto, à parte do estudo.” Seu pai, Alves Redol, foi protagonista dos primeiros momentos em que o seu filho sentiu um pouco mais o perigo da ditadura. “O meu pai tinha sido preso em Caxias, eu tinha-o visitado, eu era muito miúdo, tinha um ano, não tinha noção daquilo. […] Mas não tinha, de facto, nunca tinha sentido na pele [a ditadura].” A sua prisão veio na sequência das greves de 1944, em Vila Franca de Xira, que tomaram uma dimensão “muito grande”, tendo-se seguido uma vaga de detenções por parte da GNR, na Praça de Touros. Apesar de militante do Partido Comunista Português (PCP), Alves Redol não foi preso pela organização destas greves, mas sim pela sua proximidade com Soeiro Pereira Gomes, um dos organizadores das greves, de quem era muito amigo e que fugira para não ser preso, passando à clandestinidade na organização do PCP. A chave do sucesso destas greves, diz António Mota Redol, vem de que “ali, no Concelho de Vila Franca, eles [PIDE] ignoravam completamente a organização que o Partido Comunista tinha”.

Ainda antes de entrar na faculdade, «queria seguir Física Nuclear mas, com a questão das bombas atómicas e da possível utilização da Física Nuclear para a sua construção, desisti desse “capítulo”». Como tinha um gosto profundo pela Química, tanto que até montou «um laboratório de Química em casa, nos últimos anos do Liceu», procedeu a candidatar-se a Engenharia Química no IST, tendo entrado em 1960/61.

“Nesse ano, fui convidado para colaborar na Associação. Disse que não tinha tempo, não podia, estava focado nas notas. E, no ano seguinte, 61/62, mantive a mesma postura.”

“Tive conhecimento de que havia o Dia do Estudante nesse ano, nos dias 23 e 24 de março. Deve ter sido através de um estudante, que morava ali na rua, que entrou e disse, «a polícia está a bater na malta, na Cidade Universitária» e fiquei tão perturbado com aquilo que já não consegui estudar, naquela tarde.”

“A partir daí, nunca mais desliguei da questão da luta estudantil.”

Desde a Secção de Propaganda até à Direção da AEIST

Em 62/63 e 63/64, foi Diretor da Secção de Propaganda da AEIST, uma das várias que entretanto foram extintas, que tratava da divulgação de comunicados, da execução de cartazes que seriam afixados, da distribuição de tarjetas anunciando as atividades da Associação, entre outros. Em 64/65, foi também do Secretariado das Reuniões Inter-Propagandas, as RIP, que faziam parte de um conjunto de “estruturas federativas” das Associações de Estudantes de Lisboa. Dentro destas, incluíam-se as mais famosas Reuniões Inter-Associações, as Reuniões Inter-Culturais, Inter-Pedagógicas, Inter-Escolas, Inter-Sociais, entre outras. “As Propagandas eram fundamentais. Os comunicados eram feitos pelo Secretariado das RIP e acho que também já era assim em 1962, mas isso aí conheço mal. Durante o ano de 1962, estiveram na clandestinidade, com um esquema organizativo perfeitamente clandestino. Ninguém sabia onde eram feitos os comunicados, ninguém sabia quem é que os ia buscar.”

“Contava-se que chegou a haver um copiógrafo de um barco no Tejo, que fazia os comunicados nesse barco e que depois vinham para a casa de fulanos em Lisboa, que iam mudando, não é? Quer dizer, hoje era um, amanhã era outro, depois de amanhã era outro. E as pessoas [estudantes] recebiam uma mensagem para ir a um determinado sítio buscar os comunicados.”

A distribuição da propaganda levou-o a ser preso, «porque houve uma manifestação na Baixa, o Eurico Figueiredo foi preso e, depois, ainda houve uma manifestação de estudantes em frente ao Aljube para o apoiar.» Ao distribuir tarjetas na rua junto ao IST a anunciar a manifestação, a polícia perseguiu-o de carro e a outros colaboradores, tendo sido apanhado depois de tentar escapulir-se. «Fomos, primeiro, para o Governo Civil e, depois, para a PIDE. Estive em Caxias dois ou três dias, juntamente com a malta que foi presa nessa manifestação do Aljube. […] Nessa altura, tinha uns 19 anos e outros deviam ter mais ou menos a mesma idade.»

Ao mesmo tempo que era do Secretariado das RIP, fazia também parte da Direção do Cine Club Universitário de Lisboa, CCUL, «que chegou a ter milhares de sócios. Aqueles que se interessavam mais por cinema e que queriam ver cinema a sério, de autor, iam ao Cine Clube.» Para além disso, ainda era Delegado de Curso, fazendo parte, por isso, da Junta de Delegados, um órgão dentro do IST «que tomava posição sobre problemas gerais de carácter pedagógico. […]». Como delegado e membro do Cine Clube Universitário, organizou «várias sessões com filmes […]. Por exemplo, a Shell tinha filmes sobre petróleo. As embaixadas tinham muitos filmes sobre Química, a Embaixada de França tinha filmes sobre energia nuclear. Filmes de carácter pedagógico que, cá em Portugal, não se faziam.»

Folheto “Vê cinema como sócio do CCUL”, 1966. Fonte: Arquivo de História Social

Na AEIST, ainda em 1964/65, é fundado o boletim informativo da Associação, o Binómio, por Tito Mendonça, que foi entrevistado também pelo Diferencial, recentemente [1]. António Mota Redol relembra a altura da fundação do Binómio, afirmando que o grupo de pessoas por trás do boletim “eram mais maoistas, chefiados pelo Heduíno Santos Gomes, conhecido [mais tarde] como camarada Vilar, depois [membro] do PCP-ML (Partido Comunista Português Marxista-Leninista) e da FAP (Frente de Ação Popular)”. Seguiram-se algumas tensões entre a direção do Binómio e a direção da AEIST, pois os primeiros queriam “mais autonomia, queriam fazer o Binómio sem dar cavaco à direção.”

“Não podia ser, era um boletim da associação e, portanto, a direção tinha de ter conhecimento do que é que se publicava. […] Eles estavam a querer meter-se em questões muito politizadas, mas o facto é que a associação não podia fazer isso. A associação tinha de ter muito cuidado em não ter posições políticas, porque senão era mesmo encerrada.

Mesmo sobre os estudantes presos, “era coisa de que não se tocava nem em assembleias gerais, nem se falava de prisões, nem de torturas, nem de ditaduras, nada disso. Nem guerra colonial. Nada disso se falava. Era assunto completamente tabu. […] Só mais tarde, no ano de 1964/65, com a grande vaga de prisões de quadros associativos, se falou da torutura e, ainda mais tarde, na altura do Mariano Gago, é que foi feita uma primeira abordagem do assunto.”

A vida como Presidente da Direção da AEIST e a constituição da AEIST na altura

«No ano de 64/65, muita gente foi presa e expulsa, não tendo sido fácil arranjar uma Direção no ano de 65/66. Já não puderam ser os quadros mais experientes. Eu tinha alguma experiência, mas estava muito longe de ter a necessária para a função.»

No ano em que se tornou presidente, «a Associação já tinha trinta e tal empregados [fora os que eram estudantes, estes em part-time na Secção de Folhas], o que já não era fácil, e, ainda nesse ano, quiseram fazer uma greve. […] Reivindicaram um aumento salarial que não podíamos dar, porque a Associação tinha tido aquele período de agitação e não estava às mil maravilhas. Começaram também a aparecer conflitos internos na Associação, com a linha mais pró-PCP e as linhas mais maoistas. […] Foi um ano complicado de gerir.»

Para fora, perante o Regime, a AEIST era encarada com respeito, porque era a Associação que tratava da Secção de Folhas, onde os professores disponibilizavam as suas sebentas; que, através da Secção Fotográfica, tirava fotografias a todos os alunos para inscrições anuais e os boletins de registo de presenças preenchidos pelos professores nas aulas práticas; que dirigia a Cantina e que produzia a Técnica, a única revista de engenharia, na altura, sendo uma referência nacional.

Sobre a constituição da AEIST na altura, António Mota Redol remete para o boletim O que é a AEIST, onde todas as informações necessárias podiam ser consultadas.

Boletim O que é a AEIST. Fonte: Arquivo de História Social

A AEIST, de acordo com o boletim, dividia-se da seguinte forma (tudo o que se segue é citado do boletim em questão):

  • Actividades Pedagógicas
    • Secção de Folhas: Edita as lições das cadeiras professadas no IST, facultando a todos, elementos de estudo a preço acessível.
    • Secção Técnica: Publica a revista do mesmo nome […]. Ocupa-se ainda da edição de Livros Técnicos de autores portugueses e estrangeiros […].
    • Secção Pedagógica: Visa o estudo dos meios conducentes à elevação do nível do ensino no IST […].
    • Secção de Estágios: Mantém contactos com a Indústria para a obtenção de estágios em Portugal e no Estrangeiro, organizando também a sua distribuição pelos alunos.
  • Actividades Desportivas
    • Futebol, Voleibol, Handebol, Basquetebol, Hóquei, Ping-pong, Ténis, Badminton, Xadrez, etc.
    • Acesso à piscina.
  • Actividades Sociais
    • Secção Social: É a entidade que decide a atribuição dos subsídios. O sócio preenche um boletim apropriado que é um dos elementos sobre que incidirá a apreciação da Secção. Estes subsídios consistem em reduções na Cantina ou no Lar e podem alcançar 100%.
    • Cantina: Fornece diariamente cerca de 600 refeições divididas entre almoços e jantares. […] A Cantina da AEIST é o único restaurante onde são simultaneamente clientes e patrões pois que lhes é facultado participar nas decisões administrativas, através de Reuniões de Comensais.
    • Lar: De momento, é uma instalação pequena que resolve o problema da habitação apenas de 17 colegas mas que se encontra em vias de ampliação conforme os nossos recursos financeiros o permitirem.
  • Actividades Culturais:
    • Secção Cultural: Organiza e edita cursos, exposições, conferências, sessões, agrupamentos, de literatura, cinema, música, teatro, ballet e cultura científica.
    • Secção Fotográfica: Organiza cursos de fotografia, iniciação em fotografia a cores, cursos de cinema.
    • Biblioteca: Põe à tua disposição os livros e revistas considerados indispensáveis para a tua informação […].
  • Departamento de Turismo Universitário (DTU): No sentido de poderes gozar umas férias no estrangeiro a preço acessível e em condições ideais, num contacto com universitários de outros países a AEIST do seu DTU.
  • Departamento Aeronáutico: Aqui podes aprender a praticar o aeromodelismo. Podes aplicar os teus conhecimentos teóricos, colaborando na construção de um planador.
  • Secção de Astronáutica e Missilismo: Nesta secção, concebe-se e realiza-se: um banco de ensaios estáticos, vários modelos de foguetão e uma exposição, em colaboração com Cap Canaveral e outros.

Sobre o Departamento de Turismo e a Universidade Flutuante Chapman College

O Departamento de Turismo da AEIST era o departamento que mais dinheiro geria, dada a sua envergadura. “Havia voos primeiro para Paris, depois para Londres, depois para Estocolmo, para aqui, para acolá. Portanto, aquilo era uma coisa muito séria: movimentavam o que seriam milhões de euros hoje.”

Apesar de nunca ter feito parte da Secção de Turismo, no final de 1966, foi encarregue de tratar da estadia da Universidade Flutuante Chapman College, dos EUA, a Portugal. “Era um barco, um barco muito grande, que trazia 500 alunos universitários e andava a dar a volta ao mundo, dando aulas sobre os diferentes países sobre relações internacionais, mundiais. Estas pessoas depois tiveram posições de destaque na sociedade americana, porque tiveram uma perspetiva de evolução da política mundial.”

Em Lisboa, ficaram dois ou três dias “e, por acaso, fui eu que coordenei essa ação, porque aquilo devia ter sido entregue ao Departamento de Turismo. Mas o Departamento de Turismo que era [feito] de malta voluntária, nessa altura [verão], tinham ido todos de férias”. Esta iniciativa necessitou de imenso esforço, dada a dimensão do grupo, tendo sido alugados “uns 12 ou 13 autocarros”. Cada grupo teve o seu próprio guia turístico e, em relação aos autocarros, “havia sítios em que não passava mais do que um, então tivemos de organizar os circuitos de modo a que não houvesse nenhum cruzamento e viessem ao mesmo tempo para o mesmo sítio. Mas programou-se aquilo de modo que metade dos autocarros estiveram no Técnico a uma determinada hora e a outra metade a outra determinada hora. E, então, logo na primeira, eles desceram do autocarro, visitaram o Técnico e tal e depois foram para a Associação, sentaram-se lá onde era a Cantina, que era também uma sala de conferências e onde se fazia teatro.”

“Primeira pergunta deles: então o que é que pensa a Associação de Estudantes do Técnico da Guerra em África? Resposta do Presidente da Associação, Pedro Coelho: «Nós não podemos tomar posições sobre política.»”

A sessão dos estudantes da universidade flutuante terminou ali, porque “as perguntas que eles deviam levar engatilhadas deviam ser todas de ordem política.”

“Eles ficaram a perceber em que país é que estavam. Não se podia falar de política.”

Nesta interação com alunos de outro país, também teve a possibilidade de contactar com professores holandeses. “Lá fora, na universidade, tinha-se uma perspetiva diferente do que era ser professor universitário, muito diferente daquela que havia aqui, que nós criticávamos. [Aqui], o professor raramente recebia os alunos”. O resto do percurso organizado por António Mota Redol teve ainda em conta o circuito dos três castelos de Setúbal, Palmela e Sesimbra, e uma visita a Fátima, dado o teor cristão da universidade. Chegou a haver uma sessão, no Museu Arqueológico do Carmo, para a qual foi convidado Jorge Sampaio, futuro presidente da república, que discursou. “Começou a desenvolver as suas ideias. A certa altura, o diretor do museu estava aflito [com o que Jorge Sampaio estava a dizer] e fechou a sessão imediatamente ali. E aí também eles [os americanos] perceberam onde é que estavam.

António Mota Redol lembrou ainda uma proposta que Arnaldo Matos, político português que posteriormente seria dirigente do MRPP, fez sobre uma exposição de várias fotografias que tinha tirado em África, de “presos negros, que tinham sido mortos e torturados. E queria fazer uma exposição lá no Técnico”. Mantendo a abstenção no que tocava a políticas, a AEIST não colaborou e a exposição nunca chegou a acontecer.

Mensagem para os estudantes e para a Universidade

Aquando da pergunta sobre o que falta hoje no panorama do associativismo estudantil no IST, António Mota Redol lembrou todas as atividades culturais que se faziam antes do 25 de abril, os ciclos de cinema seguidos de discussão, as exposições no Técnico, os artistas que continuamente eram convidados para vir atuar ou falar na faculdade. “A literatura e etc. é fundamental, porque essa coisa dos engenheiros pensarem só em física e em matemática e em engenharia não ajuda nada. Os engenheiros sempre foram muito avessos a essas coisas. Não podem. E a Associação tinha um papel importante nisso.”

“Houve muita coisa que desapareceu, de facto, que não devia existir só numa ditadura, devia existir até mais desenvolvida em liberdade.”

Sobre reivindicações que nunca mudarão com o tempo, diz o seguinte: “Eu não tenho a certeza se os cursos que estão a ser dados no Técnico e nas outras faculdades são os mais adequados [ao país], não é? Foi uma das coisas que a gente sempre contestou. Há um desfasamento em relação à realidade nacional muito grande e a Universidade tem por obrigação abordar os assuntos nacionais e colaborar para a sua resolução.”

Do seu ponto de vista, o desenvolvimento do país, os setores que precisam de mais atenção, tudo tem de contar com a “participação ativa da Universidade, com discussões, com opiniões.” 

“Deve haver um contínuo questionamento sobre o que nos é ensinado.”

“O que está a acontecer agora é que estão muitas empresas a financiar certos centros de investigação. Se interessa ao país? Não sei, mas é importante que o país beneficie e não só essas empresas que estão a pagar. […] Poucas são as universidades que, de facto, têm alguma coisa a ver com o país.

“Na minha opinião, a Universidade deve apostar mais, digamos, na investigação aplicada, porque o país não tem grandes recursos para estar a investigar, a gastar muito dinheiro na investigação pura. Também deve fazê-lo, porque uma coisa relaciona-se com a outra, mas devia ser prioridade à investigação aplicada.”

Olhando ainda para a situação académica de Lisboa, António Mota Redol faz um atalho breve ao que é a tradição académica: “A questão das praxes é uma coisa completamente inaceitável. Em Lisboa, nunca houve praxes, era uma coisa de Coimbra. Nunca vi ninguém [na altura], no Técnico, de batina. Nem no Técnico, nem nas outras faculdades. Nem em coisas formais, nunca houve nada disso. E a questão das praxes, para a nossa geração, é completamente inaceitável. É o fascismo reeditado de outra maneira, obrigar as pessoas a fazerem aquilo que não querem, é pressão psicológica. Participam voluntariamente? Sim, porque têm um bocado de receio de serem postos à margem, de serem marginalizados. Isso é o abuso da posição.”

Termina com uma nota sobre o estado atual da liberdade no país.

“Eu acho que está a ser posta em causa. Se a Associação devia fazer [algo sobre isso] ou não, eu ainda estou muito preso àquela coisa de não tomar posições políticas. Mas, naturalmente, há certas questões em que tem de tomar posição e essa é uma delas, porque as coisas estão a caminhar, no mundo, de uma maneira muito negativa. Não só em Portugal, no mundo, em geral.”

“Não tem havido suficiente memória das coisas.”

O Diferencial quer ainda deixar uma nota de agradecimento pela revisão posterior à entrevista, por parte do entrevistado, assegurando a correção histórica do que foi dito.

Referências:

[1] – Tito Mendonça, Fundador do Binómio: “Acabamos de lavar um monumento fascista, outros se seguirão.” – Francisco Raposo, João Dinis Álvares

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