Encerramento Temporário de Espaços no Técnico: Obras de Requalificação Vão Criar Novas Salas, Laboratórios e Áreas de Estudo Até 2026

Autoria: Liliana Afonso (MEQ)

O Instituto Superior Técnico está a modernizar os campus com o objetivo de melhorar as condições de estudo, ensino e investigação, o que implica o encerramento temporário de algumas áreas. As obras, que incluem a requalificação da biblioteca central, a criação de novos espaços de estudo, a renovação de salas de aula e de laboratórios e a reabilitação de infraestruturas em vários pavilhões, estão em curso. Para entender as mudanças no campus, o Diferencial conversou com Miguel Amado, professor catedrático e Vice Presidente para a Sustentabilidade e Infraestruturas do Conselho de Gestão (CG).

Um dos projetos centrais é a requalificação da biblioteca do edifício central, nos pisos 1 e 2 do campus da Alameda, cujo processo formal teve início em outubro de 2024. O projeto prevê a reorganização completa do espaço, que contará com áreas de leitura e trabalho colaborativo, atendendo às necessidades de toda a comunidade académica. A abertura está prevista para fevereiro de 2026.

Figura 1: Nova Biblioteca no Pavilhão Central- Piso 1. Fonte: CG
Figura 2: Nova Biblioteca no Pavilhão Central- Piso 2. Fonte: CG

Além dos investimentos no campus da Alameda, os polos do Taguspark e do CTN também são contemplados neste plano de atividades definido pelo Conselho de Gestão. Miguel Amado destaca que as motivações para haver estas intervenções decorrem com base nas necessidades identificadas pelos estudantes, assim como na reformulação dos cursos, que implica a criação de novas salas e a modernização de anfiteatros.

No Pavilhão de Engenharia Civil, estão a ser construídas novas salas de Projetos Integradores de Ciclos de Estudo (PIC), destinadas aos estudantes do 1.º e 2.º ciclos. O PIC promove o trabalho colaborativo e interdisciplinar entre os estudantes, aproximando-os de desafios reais.

Figura 3: Sala de PIC1. Fonte: CG
Figura 4: Sala de PIC2. Fonte: CG

As novas salas estão a ser concebidas com mobiliário adaptado ao ensino em grupo e ao uso de tons claros, promovendo a eficiência energética e criando um ambiente mais sustentável e agradável para os estudantes, o que representa um passo importante na adaptação dos espaços às novas metodologias de ensino.

O Pavilhão do Jardim Sul terá um novo projeto dedicado à computação e à pesquisa, com especial foco na área da Inteligência Artificial. Já o Pavilhão do Jardim Norte integrará um complexo científico e pedagógico, incluindo laboratórios de ensino e investigação. Esta reestruturação visa “concentrar e criar novas salas de aula adequadas às novas práticas pedagógicas, além de libertar espaços no Pavilhão de Civil para intervenções mais profundas.”

Figura 5: Jardim Sul. Fonte: CG
Figura 6: Jardim Norte. Fonte: CG

Com o encerramento do espaço 24h no Pavilhão de Civil, constituído pelo Aquário e pelas salas do piso térreo do pavilhão, o Técnico Innovation Center (TIC) foi disponibilizado como alternativa para espaço de estudo, garantindo que os alunos continuem a dispor de condições adequadas durante esta fase.

A conclusão das obras trará novas salas de aula e, em especial, a oficina de maquetes que “ é essencial para a formação dos alunos de Arquitetura”. Miguel Amado garante que os projetos vão continuar: “Não há maneira de parar o Aquário para transformá-lo na primeira grande sala de trabalho colaborativo.” Apesar disso, o desenvolvimento de outras salas colaborativas continua a avançar.

Outras melhorias incluem a reabilitação dos pavilhões do Departamento de Engenharia Informática, nomeadamente a renovação da caixa de escadas e dos espaços comuns do Pavilhão I, atualmente em execução, assim como a sala de estudo inaugurada no Pavilhão III. No Pavilhão de Matemática, esteve em curso a instalação de um sistema de ar condicionado no piso 4. Decorrem obras na  antiga cantina, bem como a reabilitação dos laboratórios de Física Experimental (LFEI e LFEII). Estes laboratórios, que anteriormente funcionavam no edifício central, passarão a estar localizados nesse espaço. O progresso das obras já ultrapassou a metade, o que reforça a previsão de reabertura destes laboratórios no final do verão.

Entretanto, as intervenções no Pavilhão de Engenharia Química, contam com a renovação total das áreas de Química Inorgânica e Orgânica. O novo projeto inclui um laboratório totalmente novo. A execução das obras ainda está nos primeiros passos, mas o ritmo aponta para a conclusão dentro do prazo. Será ainda reabilitada a antiga sala do “American Corner”, que acolheu iniciativas ligadas à ciência e ao ensino superior americano, e que agora está a ser pensada como espaço de estudo.

Figura 7: Novos laboratórios de Química. Fonte: CG

Além das intervenções já mencionadas, o Pavilhão de Engenharia Mecânica também passará por importantes mudanças. No Pavilhão de Mecânica II, as obras no laboratório de protótipos já atingiram 12% de execução. No Pavilhão de Mecânica III, está em curso a renovação do laboratório de Ensino para os estudantes de Engenharia Aeroespacial. Já o de Mecânica IV passará por uma reabilitação profunda. Está previsto que o Pavilhão de Mecânica seja o novo espaço do Departamento de Engenharia Naval, de forma a promover a dinâmica entre estas áreas que partilham várias abordagens e técnicas comuns. Esta reorganização permitirá “centralizar os serviços atualmente espalhados pelos diferentes pavilhões, de forma a otimizar os meios e passar a haver mais salas disponíveis afetas aos alunos.”

Figura 8: Pavilhão de Mecânica IV. Fonte: CG

Além disso, serão criados novos pontos de encontro ao ar livre, com mesas de madeira já desenvolvidas, para oferecer mais opções de convívio além da área do café. Também será promovido o contacto com a natureza, com o desenvolvimento de bosques e áreas verdes, que visa reduzir o número de carros no campus. 

Está previsto, para os próximos anos, o arranque das obras de um projeto inovador que transformará a piscina num espaço multifuncional, com residências flutuantes, integrando áreas de convívio e de trabalho colaborativo. Neste novo espaço, serão também centralizados os núcleos de estudantes, incluindo a Associação de Estudantes. Miguel Amado, destaca também a proposta de integrar diferentes espaços ao redor da água, encerra usando a seguinte metáfora para ilustrar o projeto: “será o teto da água e vamos percorrendo os diferentes núcleos à volta, a ideia é essa.”

No Taguspark, com o apoio da Câmara Municipal de Oeiras, estão previstas remodelações nos espaços exteriores que incluem melhorias nas infraestruturas desportivas, novos espaços para churrascos, e o desenvolvimento de residências de estudantes. 

No CTN, em Loures, está a decorrer a transformação dos edifícios, dado que alguns conservam apenas o “esqueleto” estrutural e representam perigos significativos. Está também em curso a reabilitação do sistema AVAC (aquecimento, ventilação e ar condicionado) no Pavilhão de Química, com conclusão prevista para julho de 2026.

Embora haja algumas mudanças temporárias no funcionamento de espaços, o Técnico está a trabalhar para garantir que as alternativas e as novas soluções estejam disponíveis o mais rapidamente possível, para que os alunos e docentes continuem a ter um ambiente de aprendizagem de alta qualidade. 

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