Logótipo do ENDA de Évora, 2024. Fonte: Site Oficial do ENDA Évora 2024
Autoria: Tomás Vieira (LEMec)
O mais recente Encontro Nacional de Direções Associativas (ENDA) realizado entre os dias 27 e 29 de setembro destacou-se pela mudança histórica do sistema de voto e adiamentos de trabalhos.
O evento de periodicidade trimestral reuniu, na Universidade de Évora, representantes estudantis de Instituições de Ensino Superior (IES) de todo o país, abrangendo tanto os ensinos público, privado, universitário e politécnico.
Excepcionalmente, a edição de setembro teve uma duração de três dias, um a mais do que o habitual, de modo a que se pudesse discutir e implementar a mudança no sistema de voto. No entanto, o tempo extra mostrou-se insuficiente, dado que discussões e constrangimentos envolvendo o novo processo se prolongaram para além do planeado.
O anterior modelo de voto atribuía um voto por cada associação representada no ENDA. Porém, organizações como a Federação Académica de Lisboa ou a do Porto, que estão indiretamente representadas por várias associações, acabam por conseguir um maior peso neste método de votação. Foi exatamente por isto que as Associações Académicas decidiram retirar-se do ENDA – apesar de representarem várias faculdades, só tinham direito a um voto. Suponhamos o caso: a Associação de Estudantes da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (AEFEUP), que representa cerca de 8000 alunos, e a Associação Académica de Coimbra (AAC), que representa cerca de 25000 alunos, ambas tinham o mesmo peso nas votações.
De modo a adequar o peso de voto, o meio termo encontrado atribui ao modelo de voto um caráter dual, mantendo o anterior voto unitário e acrescentando o voto proporcional. Assim, a aprovação de decisões são obrigatoriamente decididas por uma maioria de associações e de estudantes representados, respetivamente. O acréscimo da componente representativa levou a que as associações de IES que no ano passado anunciaram a saída, voltassem à discussão em Évora.
Decidiu-se através do voto que a nova abordagem fosse incorporada através de uma aplicação, o que suscitou constrangimentos, segundo o presidente da Associação de Estudantes do Instituto Superior Técnico (AEIST), Pedro Monteiro.
“De facto, dada a natureza tecnológica do sistema, várias outras direções não habituadas ao atual sistema da Federação Académica de Lisboa (FAL) tiveram dificuldades.”
Este obstáculo impediu o devido cumprimento da ordem de trabalhos, de modo que várias moções e temas a debater foram adiados para a próxima edição. Contudo, Pedro Monteiro afirma que tais adiamentos serviram para um bem maior, sublinhando a importância de se fazer associativismo de “cabeça fria” e com foco.