O Diferencial entrevistou a três dias das eleições João Silva, o único candidato à Presidência da AEIST.
João Silva é o actual Coordenador de Gestão e Serviços da AEIST e cabeça da Lista E, figurando assim uma proposta para a continuidade da lista que finda o mandato.
Em seguimento da entrevista com o Presidente cessante, na qual foi admitido que tem de haver uma política de sustentabilidade e responsabilidade orçamental, qual é o vosso plano orçamental para o próximo ano?
Primeiro, é preciso dizer que a dívida foi abatida em 20% neste mandato, o que significa que já temos uma folga um pouco maior do que a do mandato anterior. Isto não significa que podemos fazer tudo o que quisermos, o objectivo é ir pagando com responsabilidade os planos de pagamento que estão em dia e que têm de ser pagos, fazendo face às despesas que temos. No entanto queremos sempre, e dentro das possibilidades, melhorar ao máximo todas as condições que temos enquanto associação e todos os serviços que fornecemos aos alunos. Como exemplo, posso dizer que a situação dos microondas é uma das situações que estamos a analisar, até para rever o nosso espaço de alimentação, e que estamos a tentar que seja melhorada sem gastos, através de uma parceria ou patrocínio. No entanto, se chegarmos ao caso em que temos de gastar dinheiro, será em prol dos alunos e é o que faremos. Temos de ter noção que não podemos fazer nada megalómano, porque estamos sempre numa posição complicada.
Tens em mente algum valor ou percentagem do passivo que tencionam abater até ao final do mandato?
Nesse campo não temos uma percentagem definida, simplesmente porque não sabemos que coisas podem vir a acontecer no futuro. No entanto, querendo continuar nesse caminho [de sustentabilidade e responsabilidade], talvez a meta dos 20% fosse uma boa meta a atingir.
Relativamente à Piscina da AEIST, esta foi encerrada e a última informação publicada foi que estavam a decorrer conversas entre o Conselho de Gestão (CG) e a AEIST. Vai haver algum investimento? Tencionam abrir o espaço novamente este ano? Qual é o uso que tencionam dar ao espaço?
A piscina, como foi referido na entrevista ao Rodrigo, para voltar a abrir enquanto piscina, teria de ter obras muito profundas e isso é um investimento que a Associação não consegue fazer. Toda a canalização teria de ser substituída. Além disso, a piscina não é rentável no seu funcionamento normal. Temos de ter em conta que à volta temos concorrência, com melhores condições e preços competitivos. Nem a piscina no seu máximo funcionamento seria rentável para a AE.
Sim, o que está em causa é se a piscina voltará a ser usada como piscina ou se esse plano foi completamente abandonado, a longo ou a curto prazo. A forma de utilização do espaço está indefinida. Com este novo mandato, qual é a tua decisão ou plano para a piscina?
Na minha perspectiva, a perspectiva de quem acompanhou este mandato [como Coordenador de Gestão e Serviços], a piscina enquanto piscina, no Técnico, é uma coisa que tem os dias contados. Como tal, o objectivo seria transformar aquele espaço noutro equipamento com funcionalidade diferente. No entanto, é um investimento que a AE não consegue fazer neste momento. Existem as tais conversações com o CG para saber o que podemos fazer e, neste momento, estamos à espera que o CG avance. Já apresentámos o nosso projecto.
Em que consiste esse projecto?
Implica uma remodelação do espaço da piscina no sentido de ficarmos com um centro de estudos, com algumas salas para os Núcleos e espaço de salas de reunião para as Secções Autónomas.
No vosso programa, na rubrica de Administração, há um plano para “Incremento de Recursos na Secção de Folhas” (SF). Em que consiste esse plano?
A SF funciona como venda de sebentas e fotocópias, e o objectivo é aumentar o portfólio de material que se pode vender. Têm decorrido algumas conversas com empresas para podermos vender material informático e computadores, e já temos actividade aberta nas Finanças para que isso aconteça. Pretendemos ainda aumentar o portfólio de material escolar e de escritório para que os alunos tenham uma oferta mais variada.
Qual é o sentido da tua candidatura?
Acho que nem vale a pena estar a referir o passado da mais antiga e maior associação de estudantes do País, o que acarreta uma grande responsabilidade. O meu objectivo primário é melhorar a situação em que a AE se encontra, relativamente ao seu passivo, através de uma política de responsabilidade e de gestão consciente. Além disso, espero conseguir que os alunos se aproximem da AE. Noto que há uma grande distância entre os alunos e a AEIST e quero que, durante este mandato, haja abertura para que os alunos se dirijam à AE por todo e qualquer problema que tenham, pois a AE é o orgão que os deve representar e defender.
A proposta do Fórum AEIST serve para complementar esse sentido? É suposto ser aberto aos vários Núcleos e Grupos de estudantes? É suposto ser uma plataforma entre Núcleos ou entre Núcleos e a AEIST?
O Fórum AEIST é uma proposta que já vem de há muito tempo e ainda não pôde ser realizada. Para isso queremos ter uma plataforma de diálogo mais próxima e mais rápida, de modo a que os Núcleos possam, por exemplo, reservar salas directamente com a Associação, visto que actualmente não podem. Queremos ter uma relação próxima com os Núcleos e queremos que a relação com os mesmos seja formalizada, e desta forma será mais fácil. Queremos estar a trabalhar com os Núcleos agora, e pode acontecer que uma próxima direcção não tenha essa filosofia e não queira trabalhar nessa forma. Queremos protocolar as relações entre as duas partes, com um espírito de vantagem para os dois lados.
Entrevista: João Santos