Autoria: Haohua Dong (MEEC)
A frase que perfura os estados da minha existência é reduzida a um sistema t(T)écnico.
Espero que estejas bem, folha de papel amarelada que trago comigo nos becos da minha subconsciência. Vim refletir sobre o meu quotidiano e a necessidade de dormir metade da minha vida, porém não encontro nada sem ser a referência da querida Asai que permanece num profundo sono no livro “After Dark”, de Murakami.
A minha jornada destes últimos tempos tem sido enfraquecida pelos pedaços separadores do meu portátil. Toda a minha concentração advém do excesso de cafeína e do motivo de fechar essas tais páginas virtuais. Existo fragmentado nas ilusões que num breve futuro possa desligar as minhas funções vitais e voltar a adormecer na indolência de não fazer. É conteúdo frágil enunciar a fadiga na sua plenitude, dizem os membros da próxima etapa. Ainda assim, anoto e elaboro estas humildes invenções que não chegam ao outro lado da razão.
Neste documento dum espectro solar deixo a minha atenção encher palavras, sem intenções, pura fantasia.
O que vem a seguir?
Simbologia de luz e calor, amarelada que estimula o raciocínio e a criatividade. Uma vez mais, sublinho a oposição de fase que persiste neste bilhete com as páginas de registo do ecrã que ininterruptamente desfrutam para ler esta carta. Aplaudo aos elementos participantes que se descuidam nas diferenças e que se abrem aos benefícios da extensão física desta mercadoria. A agilidade de mudar os eixos de tempo através de um simples clique, a acumulação de – efetivamente, lixo cibernético – memórias distantes ou a eficiência de produzir texto são um lucro não modesto.
Não obstante desta conversa com uma folha de papel amarelada, continuo a permanecer no mundo t(T)écnico.