A Madrugada Que Eu Esperava: um hino ao feminismo e à revolução

Autoria: Francisco Ferreira (LEIC-T)

Em cena no Teatro Maria Matos, junto à estação Roma-Areeiro, está a mais recente colaboração entre as duas maiores vozes do pop nacional da atualidade: “A Madrugada Que Eu Esperava”, protagonizado por Bárbara Tinoco e Carolina Deslandes, é um musical que conta uma história de amor universal, onde os personagens são levados a optar entre o que sentem e aquilo em que acreditam.

Anunciado pela primeira vez no Circo de Natal de Almada, a 8 de dezembro, pelas duas protagonistas (que assinam a autoria de toda a música do espetáculo), o musical conta também com uma banda em palco: com Feodor Bivol na guitarra, Marco Pombinho no piano, Miguel Casais na bateria, Rui Pedro Pity no baixo e Sandra Martins no violoncelo.

Uma das curiosidades deste musical, encenado por Ricardo da Rocha e com texto de Hugo Gonçalves, é a rotatividade da protagonista: quando Bárbara Tinoco assume o papel de Olívia, Carolina Deslandes assume o papel da sua irmã, Clara. Da mesma forma, nos dias em que Carolina dá vida a Olívia, Bárbara assume o papel secundário. Esta recorrente troca de papéis enaltece a sintonia e coordenação das duas artistas, que já se consideram como irmãs também na vida real.

“A paixão é revolução, o amor é democracia”

Situada na cidade de Lisboa, nos anos 70, a peça está dividida em 3 partes. Na primeira, a revolucionária e auto-intitulada idealista Olívia, que trabalha na papelaria do pai e, em segredo, contrabandeia livros censurados na altura, conhece Francisco (Diogo Branco), um jovem introvertido que sonha ser ator de comédia, às escondidas do pai (Dinarte Branco), e não acredita que o amor seja um ideal. Rapidamente brota uma paixão, interrompida pela fuga de Olívia com a irmã Clara e o pai (Jorge Mourato) para Paris e pelo recrutamento de Francisco para a guerra colonial em África. Os dois voltam então a encontrar-se na segunda parte da peça, em abril de ‘74, retomando então o seu amor. A terceira parte revela um conflito entre as duas personagens e termina com o seu reencontro 50 anos depois, sendo Olívia já uma deputada importante e Francisco um comediante de renome. 

Com bilhetes à venda nos locais habituais a partir de 20 euros, a peça está em cena no Maria Matos até dia 28 de abril e depois com uma exibição especial no Coliseu do Porto nos dias 29 e 30 de Maio. Certamente um evento a não perder na comemoração dos 50 anos da revolução do 25 de abril de 1974.

Referências:

[1] Teatro Maria Matos [acedido a 30-03-2024]

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