Autoria: Patrícia Marques (MECD)
A 1.ª edição da MakerIST realizou-se nos dias 3 e 4 de junho de 2025, um evento nascido da colaboração entre os núcleos estudantis Lounge e HackerSchool. No Pavilhão Central do Instituto Superior Técnico (IST), reuniram-se entusiastas do software livre, artistas, empresas e outras entidades. O evento contou ainda com workshops e a exibição de projetos criativos.
O Técnico acolheu um evento dedicado à cultura maker, completamente organizado por estudantes, e que refletiu os focos dos núcleos que o tornaram possível – a arte, pelo Lounge, e a tecnologia, pela HackerSchool. Foram dois dias dedicados ao espírito de iniciativa e à aprendizagem prática, em parte inspirados na convenção internacional Maker Faire. Segundo Beatriz Duarte, da Lounge, este foi “um evento um pouco diferente para a Lounge, a nível do tema – a junção da arte e da tecnologia.”
Como parte nuclear do evento, o Pavilhão Central acolheu uma feira com a presença de estudantes que partilharam os seus projetos, como prints de desenhos e zines, e até uma estação meteorológica homemade. Miguel Cardoso, membro da HackerSchool, confessa que “não estava à espera que [a open call para projetos] corresse assim tão bem”, e destaca a qualidade daqueles que se inscreveram.
Houve ainda outros núcleos estudantis a marcar presença na feira. Entre eles, estavam o Núcleo de Estudantes de Eletrotecnia e Computadores (NEEC), o ISTrain, o mais recente grupo estudantil do Técnico, e o GameDev, que apresentava o Cubos, uma engine de jogos de código livre, desenvolvida inteiramente por estudantes do IST. A própria organização – a Lounge e a HackerSchool – apresentava uma banca de música open-hardware. Com demonstrações em tempo real, quem passava podia tocar guitarra elétrica e experimentar o pedal fuzz do-it-yourself (DIY) e o pico synth, um sintetizador digital portátil e de baixo custo.
Durante o evento, os participantes tiveram a oportunidade de dialogar e partilhar ideias com diversas entidades presentes, entre elas a Associação Nacional para o Software Livre (ANSOL), a Mauser e o FabLab Lisboa, um espaço-oficina aberto à comunidade. Segundo Miguel Cardoso, a Mauser destacou-se como “um dos maiores trunfos” do segundo dia, em parte, pelos sorteios de Raspberry Pi. O interesse foi tão elevado que, logo antes das 9h, já se formava fila, que durou mais de duas horas.
Os visitantes do evento tiveram ainda oportunidades para “colocar as mãos na massa” com os workshops que a MakerIST ofereceu, gratuitos ou a baixo custo, desde a construção de macro pads (pequenos teclados de atalhos), modelação 3D em Blender, até aos básicos e práticas de socialização.
A estreia da MakerIST ficou marcada, entre participantes e visitantes, como uma celebração da inovação, através da experimentação, do saber-fazer e da partilha informal de conhecimento. Miguel Cardoso conclui: o evento “superou bastante as nossas expectativas” e “acredito que a próxima edição, em princípio no próximo ano, vai correr ainda melhor.”
Beatriz Duarte destaca o potencial de crescimento da MakerIST: “acho que se pode expandir para um conceito diferente e inovador no próximo ano – não só uma Maker Faire, como as que existem, mas uma evolução disso, que inclua mais arte em si.”