New Order – Power, Corruption & Lies

“On a thousand islands in the sea”

Autoria: Pedro Fonseca (MMAC)

No dia anterior aos Joy Division partirem para sua primeira tour dos Estados Unidos, o vocalista Ian Curtis cometeu suicídio. Ao contrário de muitas bandas que enfrentaram a perda do vocalista, os membros da banda decidiram não continuar com o nome Joy Division; após uma breve pausa renasceram como os New Order. Com Bernard Sumner como novo vocalista, e com a inclusão de Gillian Gilbert, os New Order afastaram-se do pós-punk que caracterizava os Joy Division, e desenvolveram uma fusão de rock com música de dança, synth-pop, e música eletrónica, criando assim um dos sons mais icónicos do movimento new wave. Se há algo a destacar sobre a reformulação feita pelos membros sobreviventes dos Joy Division é o seguinte: a música “Insight” dos Joy Division começa com o verso premonitório “Guess your dreams always end…”; a primeira música do primeiro álbum de estúdio dos New Order tem o nome de “Dreams Never End”. Os New Order tornaram-se então numa das melhores e mais influentes bandas de todos os tempos.

E para apresentar os New Order trago “Power, Corruption & Lies”, o segundo e mais icónico álbum de estúdio da banda. O álbum começa com um ritmo alto, muito energético, que caracteriza as faixas ‘Age of Consent’ e ‘The Village’; em ‘5-8-6’, uma música de três movimentos como indica o nome, tem-se o arquétipo do som dos New Order. Inicia-se de seguida uma fase mais romântica: tem-se ‘Your Silent Face’, música synth no seu melhor, que não incomodaria o ouvinte se nunca terminasse, tem-se ‘Ultraviolence’ e ‘Ecstasy’, ambas com uma componente forte de música eletrónica, e termina-se com a eternamente linda ‘Leave me Alone’, num retorno a um rock mais tradicional.

O maior hit: ‘Age of Consent’.  A primeira faixa do álbum tem um ritmo quase explosivo, com Sumner, Hook e Morris exímios na guitarra, baixo e bateria, respetivamente. A influência dos sintetizadores marca um grande afastamento ao estilo de som dos Joy Division, praticamente assinalando uma nova era.

A minha favorita: ‘Your Silent Face’. Romântica e altamente pensativa, destaca-se o facto de se ter o vocalista, o baixo e os sintetizadores a realizar melodias completamente diferentes, mas que no entanto combinam na perfeição.

O que ouvir a seguir: uma vez que os New Order estão ainda hoje em atividade, tendo feito apenas um hiatus nos anos 90, compreende-se que o espólio da banda é bastante extenso, com 10 álbuns de estúdio. “Technique” foi desses dez o maior sucesso comercial; “Music Complete”, muito moderno e excelente, é o mais recente, portanto, seriam estes dois que eu mais recomendaria ouvir. No entanto, o ponto forte dos New Order são os singles, que estão todos compilados na coletânea “Substance”, que inclui os maiores êxitos da banda, como ‘Blue Monday’, ‘True Faith’, ‘Bizarre Love Triangle’, entre muitos, muitos outros.

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