Autoria: Beatriz Dinis (LEAer)
A exposição, composta por 21 obras, uma delas realizada por um estudante do Instituto Superior Técnico, foi inaugurada na segunda-feira, 13 de maio às 18 horas, e contou com um DJ set e uma performance. O evento, que contou com a curadoria de Margarida Cavaco e Tomás Saraiva, decorou o átrio do pavilhão central com pinturas, esculturas, arte videográfica e tapeçaria que remetem para o espaço físico e mental da criação artística.
O Lounge, secção autónoma da AEIST, apresenta “Speculum”, uma exposição sobre o espaço criativo. Como Beatriz Duarte, organizadora da exposição, explica ao Diferencial, a secção autónoma surge na tentativa de colmatar a falta de eventos culturais no Instituto Superior Técnico, que, segundo a estudante, é conhecido “pela sua exigência e […] por não promover […] um bom equilíbrio [entre] a vida académica e o lazer”.
O evento vem na sequência de uma outra exposição que decorreu na Faculdade de Belas Artes no ano anterior e “o conceito da exposição nasce de uma própria fase nossa, como curadores. […] Começámos a pensar como é que nós conseguimos evoluir […] no espaço e transpor isso para os artistas”, adianta Margarida Cavaco, estudante do mestrado em Museologia e Museografia na Faculdade de Belas Artes e curadora da exposição.
Quando interpelados quanto à ligação com o IST, Margarida e Tomás Saraiva afirmam que o primeiro contacto com o Técnico se deveu à participação, como artistas, noutras exposições do Lounge, “Mousa” e “Psychedelia”, e, quando tomaram conhecimento que era preciso curadores para uma nova exposição, aceitaram o desafio. Margarida adianta também que a diferença entre a forma de pensar das duas faculdades permitiu um resultado benéfico: “são dois mundos diferentes mas a trabalhar todos para o mesmo”.
Tomás Saraiva acrescenta também que a conexão entre estes dois mundos confere uma nova dimensão ao conceito da exposição: “o Técnico sendo uma faculdade que, normalmente, não está associada ao mundo das artes [faz com que seja] um bónus […] expor e trazer artistas para aqui” e que é necessário “invadir os nosso espaços […] especialmente os espaços dos alunos”. Quanto ao objetivo da exposição, o curador afirma que “para além de tratar o conceito, o espaço físico e mental do artista, pretende também realçar a necessidade deste tipo de exposições: de expor [o trabalho de] “malta” jovem, que não têm muitos recursos, não têm uma carreira ou não têm […] “cunhas” que são precisas em todo o lado, especialmente no elitismo do mundo artístico”.
Para além de um DJ set, a inauguração contou também com uma performance do coletivo “Casal a Dias”, composto por dois artistas cujas obras individuais também se encontravam expostas. A atuação, que consistiu na limpeza do átrio, materializa a limpeza e o ato de zelar pelo espaço criativo, como explica Tomás ao Diferencial. O curador realça também que, na época artística atual, as exposições coletivas adquirem ainda mais importância: “[…] sou defensor que é impossível criar algo inédito hoje em dia, especialmente porque vivemos na época de maior produção artística […] e temos que perceber que é necessário um coletivo para criar o que quer que seja […]”.
A exposição estará presente no pavilhão Central até sexta-feira, dia 17 de maio.