Autoria: Sara Viegas (LEEC)
Fazes subir impérios do chão,
Sísifos debatem-se à mão
E tudo se faz pela tua visão.
Ó fogo, que ardes no meu sangue,
Fogo, que floresces no meu peito,
As tuas labaredas lambem-me a alma,
Sem à minha vontade terem respeito.
De vermelho e negro pintas o mundo,
Mascarando-te de brio e de coragem,
Mas no fim, todos mandas ao fundo.
Porque tudo engoles, frio calor?
Porque fagulhas cospes, incinerador?
Intenção que de intensidade mata amor,
Que por bestas crueldades despertas temor.