Estudantes e Docentes do IST Promovem Workshop de Alimentação Sustentável

Autoria: Constança Fernandes (LEBiol)

Estudantes e docentes do Instituto Superior Técnico (IST) uniram-se para promover uma alimentação mais sustentável e saudável no campus, organizando um workshop aberto à comunidade. Organizado pela Associação de Pessoal do Instituto Superior Técnico (APIST), em colaboração com grupo de estudantes AmbientalIST e com o projeto Prato Sustentável, no dia 21 de fevereiro, o evento ofereceu uma oportunidade para explorar alternativas alimentares conscientes, destacando a importância de práticas alimentares equilibradas e amigas do ambiente.

Em novembro de 2023, num esforço para promover práticas alimentares mais sustentáveis e saudáveis no Instituto Superior Técnico (IST), um grupo de alunos do AmbientalIST juntamente com o professor Pedro Resende, do Departamento de Matemática, lançaram uma Carta Aberta à comunidade do IST destacando preocupações ambientais, de saúde e bem-estar animal relacionadas com a alimentação no campus [1,2].

A carta começa por abordar os impactos ambientais significativos da indústria alimentar, destacando a perda alarmante de biodiversidade e o papel crucial da alimentação na sustentabilidade ambiental. Foca-se na exploração de animais em larga escala e no aumento do consumo de carne, especialmente nos países economicamente desenvolvidos, identificando-a como uma das principais fontes de emissões de gases de efeito estufa, consumo de água doce e uma ameaça à biodiversidade.

No âmbito da saúde, a carta menciona estudos que indicam um consumo excessivo de produtos de origem animal, associando-o a várias doenças cardiovasculares, obesidade, alguns tipos de cancro, diabetes e demências.

Para mitigar esses problemas, a carta sugere a adoção de uma dieta mais equilibrada e sustentável e destaca a importância de incorporar esta exigência nos contratos de concessão de refeitórios e bares. Além disso, destaca a importância das universidades, incluindo o IST, em liderar pelo exemplo, tanto na pesquisa como na implementação de práticas alimentares mais sustentáveis nos seus próprios espaços de refeição. Uma ênfase particular é colocada no frequente incumprimento da Lei 11/2017, que estabelece que as cantinas públicas devem incluir, diariamente, pelo menos uma opção isenta de produtos de origem animal. 

A carta finaliza com propostas concretas para melhorar a oferta alimentar no campus, incluindo a garantia de opções estritamente vegetarianas em todos os espaços de refeição, formação em culinária vegetariana para os cozinheiros e a promoção de alimentos com menor impacto ambiental.

Após ter sido apresentada na última Assembleia Geral de Alunos (AGA), com o objetivo de recolher assinaturas, divulgou-se a Carta e o programa Prato Sustentável – um projeto que propõe tornar as refeições escolares em Portugal mais amigas do ambiente e educar para hábitos alimentares mais sustentáveis [1,3,4], no passado dia 21 de fevereiro.

Bancas do AmbientalIST e do Prato Sustentável. Fonte: Equipa do Prato Sustentável

No mesmo dia, no Pavilhão de Civil, a APIST e o AmbientalIST convidaram o projeto Prato Sustentável para um workshop gratuito, aberto a toda a comunidade do Técnico, de alimentação sustentável, seguido de um momento de degustação de comida vegetariana [1,3,4].

O workshop foi introduzido por Patrícia Lima, presidente da APIST, Constança Fernandes, presidente do AmbientalIST, Carolina Mesquita, coordenadora do Projeto Prato Sustentável, e por Miguel Amado, vice-presidente do IST e atualmente com o pelouro de Sustentabilidade.

De seguida, a palavra foi passada a Gabriela Oliveira, formadora do Projeto Prato Sustentável. Gabriela, seguindo um estilo de vida vegano há muitos anos, é autora de mais de 8 livros de culinária 100% vegetal e dinamiza regularmente workshops em Lisboa, sendo a fundadora da Academia Vegan – o primeiro espaço dedicado exclusivamente à culinária vegan em Portugal [4,6].

Gabriela ensinou como preparar chilli com feijão, milho e soja, almôndegas vegetarianas e strogonoff de cogumelos com ingredientes portugueses e da época. Mostrou também como preparar marmitas de uma forma eficiente, planeando refeições e reaproveitando as sobras. Deu-nos também dicas de como preparar leguminosas, alimentos muito abundantes na alimentação vegetal.

No final do workshop, os participantes puderam provar os preparados da Gabriela e também uns mini hambúrgueres pré-preparados por ela. Os participantes ainda receberam por correio eletrónico três Ebooks: dois de receitas 100% vegetais e um que explica em mais detalhe o projeto Prato Sustentável, benefícios de comer mais leguminosas e vegetais, razões para as escolas oferecerem mais refeições veggie, entre outros.

O sucesso do workshop e a adesão da comunidade do IST reforçam a importância que a comunidade estudantil vota a esta problemática. 

Referências:

[1] AmbientalIST [Acedido a 25 de fevereiro de 2024].

[2] Carta Aberta Alimentação no Técnico [Acedido a 25 de fevereiro de 2024].

[3] Diferencial – Assembleia Geral de Alunos aprova Plano de Atividades e Orçamento para o novo mandato [Acedido a 25 de fevereiro de 2024].

[4] Carta Aberta Prato Sustentável  [Acedido a 25 de fevereiro de 2024].

[5] Associação de Pessoal do Instituto Superior Técnico (APIST) [Acedido a 25 de fevereiro de 2024].

[6] Gabriela Oliveira [Acedido a 25 de fevereiro de 2024].

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