Autoria: Haohua Dong (MEEC)
No sul da Terra o céu está limpo, as estrelas existem e o prefácio começa.
Ainda assim, há chuva amanhã.
Tons marítimos na via pública tornam-se visíveis e o temporal apresenta-se
Eventualmente numa quantidade rigorosa para sufocar os habitantes
(Triste não estar aqui ninguém sem ser os artefatos deixados para trás).
Do norte vem uma brisa que arrasta as nuvens com o seu mecanismo; distinto o frio do vento.
Com isto, o olhar cruel e fresco da morte é absorvido por mim e nasce a Lua.
“Haverá sangue amanhã?” – espírito atormentado.
A região também decide vaidosamente oscilar; talvez tenha sido Diana
Ou o vento que a perfurou.
Da mesma maneira, os objetos sem dono desaparecem-se pela espiral e a natureza suspira,
Deixando este caminho alastrar pelos arredores.
Agora sabe-se que o Sol não desperta amanhã, e a cama é onde estou –
No meio do espaço fragmentado, onde fui contido e onde irei dormir.
(Nesse instante, descubro que o mundo como o conhecia não voltará).
Ao mar, deu-se um projeto – dispersou-se as feras energéticas e outro prefácio foi iniciado.
Tão longínquo do Atlântico, e a evidência é ainda reconhecida; próprio o cheiro da praia.
(O percurso natural do planeta é implacável e orquestrado por nós).
Ainda assim, dois mil e vinte e três, o último anoitecer é Lua Cheia.
Livre de alguém, de mim, de ti, de outros, talvez de tudo – conclui-se o olho do abismo.
No final, o silêncio e a oportunidade poluem o planeta da mesma cor
E em instantes celestiais, a janela é aberta e a paz é retomada..
As montanhas e os seus ramos, as estrelas e as suas nuvens, os animais e nós,
Assim se manifestam como uma arquitetura para recordar que a Terra existe,
e que não deve ser esquecida.