O Fim do Cerco

Autoria: António Luciano (MEMec)

  Agora, a vigília acaba.

No esgueirar desconcertante dos sussurros,

Por entre os pequenos silêncios do silêncio, 

Por onde os olhares dançam moribundos.

                    Agora, a vigília acaba.

Na desorientação fria e lenta dos segundos,

Por entre os pequenos cantos da dor, 

Onde os gritos se rasgam mudos.

                   Agora, a vigília acaba.

No sangrar rompante dos medos profundos,

Por entre as pequenas lágrimas da lágrima,

Onde os sonhos escorrem defuntos.

                  Agora, a vigília acaba.

Na euforia coletiva duma bandeira exultada,

Por entre as pequenas vitórias da vitória, 

Onde esquecemos tudo o resto, como se não tivesse custado nada.

 Amanhã, a vigília recomeça.

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