Autoria: Alice Brazete (LEBiom)
A doce melancolia do laranja acompanha a solidão,
enquanto verto uma única lágrima pesada.
Penso em ti e no lar que me construíste
e triste limpo a água passada
É do tom amarelado das ervas
que pintaste as paredes da nossa casa
Vejo-a ao longe por trás das oliveiras
e sinto levemente o cheiro do carvão em brasa
A brisa ligeira agita as folhas das oliveiras,
pequeninas como a mão que me criou
Me fez crescer, regou e abandonou
para vir ver ao de longe, nas oliveiras, o sol a morrer
Cada vez que o sol espreita por entre as copas,
o calor do teu abraço enche-me o peito
Que arde, de pertença e de saudade
e de todas as coisas de que o amor é feito
Cada momento que o sol fica,
é um momento que vivo contigo
E sei que mesmo quando o laranja descer pelos ramos das oliveiras
é em ti que estará sempre o meu abrigo