Autoria: João Carranca (LEEC), João Dinis Álvares (MEFT), Matilde Sardinha (LEEC) e Patrícia Marques (MECD)
No dia 18 de outubro, a cerimónia de apresentação pública do Técnico Innovation Center (TIC) contou com a presença do Presidente do IST, do Primeiro-Ministro (PM), do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, do Reitor da Universidade de Lisboa, entre outros. Porém, o TIC só estará disponível para uso dos estudantes daqui a cerca de 3 semanas.
O edifício que voltará a dar vida à antiga gare do Arco do Cego é constituído por três espaços: o espaço de exposições, um amplo espaço para conferências e uma sala de estudo no primeiro piso do mesmo [1].
A cerimónia começou com a chegada ao TIC do Primeiro-Ministro, António Costa, da Ministra da Coesão Territorial Ana Abrunhosa, do Ministro da Economia, Costa Silva, e da Ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato. Antes dos primeiros discursos se iniciarem, António Costa visitou os vários núcleos do Técnico que trouxeram os seus protótipos para a apresentação. Os núcleos presentes nesta apresentação foram o TLMoto, o PSEM, o TFC, a FST, o TSB e o Aerotec. A plateia, por sua vez, foi formada por inúmeros convidados, destacando-se professores de quase todos os departamentos, os membros dos mais variados órgãos decisores do Técnico e da Universidade de Lisboa (ULisboa), estudantes e outros residentes lisboetas interessados.
Seguiu-se um vídeo sobre o contexto de criação do TIC e um discurso do presidente do Técnico. O professor Rogério Colaço relembra quais os objetivos desta nova adição aos campi do IST: ser uma montra do que se faz no Técnico tanto pelos os alunos, como pelos professores e centros de investigação. Servirá para “mostrar a razão pela qual é necessário investir no Ensino Superior”. O presidente do IST deixou ainda uma nota, recordando que o “sonho” do TIC começou muito antes de chegar ao seu atual cargo e antes de Carlos Moedas se tornar presidente da Câmara de Lisboa: “[…] que estes projetos de grande envergadura continuem independentemente dos ciclos políticos.”
Quinhentas mil horas de trabalho culminaram num “espaço aberto a todos os que dele queiram usufruir”, sendo um espaço aberto não só ao resto da ULisboa, como a toda a cidade. Durante o seu discurso, Rogério Colaço desafia ainda o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, a criar um “Innovation District” a partir do TIC, nesta zona da cidade.
Rogério Campos Henriques, presidente da comissão executiva da Fidelidade, fez a segunda intervenção da manhã. Realçou os pontos em comum entre o IST e a Fidelidade, a paixão pela inovação e a vontade de querer reter o talento que Portugal tem para oferecer. A empresa pretende não só ser um mecenas para o Técnico, mas também um parceiro a longo prazo. Recorde-se que uma grande parte do investimento no TIC proveio de uma doação benemérita por parte da Fidelidade, num valor que não foi revelado. É daqui também que vem o nome estendido do TIC, Técnico Innovation Center Powered by Fidelidade.
Sofia Moreira de Sousa, representante da Comissão Europeia em Portugal, interveio de seguida e destacou a importância dos jovens no futuro e apelou à participação nas Eleições Europeias de 2024: “Estar ausente nas decisões políticas não é uma opção.”
Como representante máximo da Universidade de Lisboa, seguiu-se o Reitor Luís Ferreira, reforçando a importância de haver um espaço 24h daquele tamanho e a “importância da persistência tanto no contexto académico como nas várias facetas das nossas vidas”.
Carlos Moedas, tendo concluído o curso de Engenharia Civil no Técnico, destacou a sua presença na apresentação do TIC como sendo um “voltar a casa.” “Serei sempre do Técnico, porque foi o começo da minha vida.” Acabou por mencionar outras inaugurações recentes em Lisboa, destacando a Fábrica de Unicórnios, no Beato, que acaba por ser, analogamente ao TIC, um espaço para desenvolvimento e de colaboração na área da tecnologia.
Moedas aceita o desafio de Rogério Colaço de transformar o Saldanha e a região nas imediações do IST num “Innovation District” criando um centro de investigação da fábrica de unicórnios na região.
António Costa encerrou a série de discursos dizendo que, por mais que as “alterações climáticas ameacem a nossa espécie” e que “vivamos um período conturbado politicamente, se olharmos para os fundamentais, temos boas razões para olharmos para o futuro”. Um dos dados que fez questão de frisar foi: “o abandono escolar em 2000 era de 45%. Vinte e dois anos depois, era de 6%.”
Relembrou ainda três antigos alunos do Técnico que fizeram com que a Ciência e o Ensino e todos os habitantes do país estejam onde estão hoje em dia: Mariano Gago, António Guterres e Eduardo Marçal Grilo.
A Tuna Universitária do IST (TUIST) foi a protagonista do momento musical final e seguiu-se a abertura dum bolo no formato do edifício do TIC, na entrada do mesmo.
Sobre o facto de, apesar da apresentação pública, o TIC ainda não estar pronto para uso, Rogério Colaço refere que falta finalizar alguns detalhes referentes à obra e que é necessária uma licença da câmara municipal que poderá ainda demorar cerca de duas semanas. Por estas razões, o presidente do IST projeta a abertura efetiva do espaço para daqui a cerca de 3 semanas.
O Presidente do Técnico disponibilizou-se ainda para fazer uma visita guiada do TIC aos estudantes presentes na inauguração. Com destaque para a acústica, o longo espaço de estudo, no piso superior, será preenchido por cadeiras e mesas quadradas dum modelo análogo às da cantina temporária do IST. Não estão ainda instaladas as tomadas para carregamento dos aparelhos eletrónicos, mas haverá tantas quanto a lotação do espaço de estudo, garantiu Rogério Colaço. O espaço de estudo, que terá acesso à rede eduroam, inclui uma secção lateral, destinada à realização de Projetos Integradores de Curso (PIC), Projetos de Investigação e Teses.
Acerca de comodidades, não haverá microondas no TIC nem espaços destinados a consumo de refeições trazidas de casa. Haverá, no entanto, cafetaria com esplanada. Já o espaço interior de lazer limita-se a um corredor no piso zero, com uma série de cadeiras frente a frente. Importa ainda acrescentar que, na lateral do edifício, haverá suportes para bicicletas e que não está prevista a existência de cacifos no TIC.
Rogério Colaço realçou o desejo de ver os estudantes a combater a inércia de se deslocar entre o IST e o TIC, incentivando a que estes aproveitem este novo espaço.
Referências:
