Autoria: Laura Ildefonso (MMAC)
No passado dia 1 de outubro, foi apresentado à comunidade do IST, no Museu de Civil, o projeto “Minifloresta IST”, que surge da parceria entre o Técnico e a organização não governamental ambiental Urbem. Nesta primeira sessão, foram explicadas as motivações e modo de implementação da minifloresta e apresentados os próximos passos do projeto, nos quais toda a comunidade do IST foi convidada a participar.
A minifloresta do IST, a situar-se nas traseiras do complexo interdisciplinar, será a 49ª minifloresta em Portugal, figurando numa rede que se estende por escolas, universidades, espaços públicos e hospitais de todo o país. O projeto será continuamente desenvolvido ao longo de 36 meses por voluntários, sob a coordenação do Núcleo de Sustentabilidade do IST e da ONG Urbem. Ainda conta com o apoio da Associação de Estudantes do IST e dos grupos estudantis AmbientalIST, Junitec e Núcleo de Estudantes de Engenharia do Ambiente.
Os principais impulsionadores do projeto e oradores da sessão de apresentação são o professor Miguel Amado, vice-presidente para a Sustentabilidade e Infraestruturas do IST, a arquiteta Rosalina Castro, coordenadora do Núcleo de Sustentabilidade do IST, Clementina Teixeira, professora aposentada do IST e voluntária da Urbem, e António Alexandre, estudante de doutoramento na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) e co-diretor da Urbem.

Após uma breve contextualização dada por Rosalina Castro, as primeiras palavras de Miguel Amado foram de agradecimento, dirigidas a Clementina Teixeira, pela sua persistência e entusiasmo, e a Rosalina Castro e António Alexandre, as “figuras principais na dinamização do projeto”, que conta já com 2 meses de preparação.
De seguida, partilhou a motivação por trás da participação do IST no projeto, enquadrando-o na atual missão do Conselho de Gestão (CG) de dar uma “imagem mais verde” ao campus da Alameda, que diz por vezes parecer ”só alcatrão e automóveis”. Para além de reconhecer os inerentes benefícios ambientais e sociais que o resultante espaço verde acarreta, aponta o papel fulcral do projeto, e semelhantes sequelas, em colmatar a perda do jardim sul durante as obras de requalificação de infraestruturas a ocorrer nos próximos anos no campus da Alameda, assegurando que esta minifloresta “não vai ser a última, mas vai ser a primeira”.

Seguiu-lhe António Alexandre, que fez uma apresentação breve do plano a concretizar nos próximos 3 anos. Este segue o método de reflorestamento de Akira Miyawaki, que já teve frutíferas aplicações em larga escala na região mediterrânica. Alexandre atestou a sua experiência com o método no projeto FCULResta, mencionando que a sua aplicação em Portugal tem uma taxa de sucesso de 70% ao fim de 3 anos.
Deste, destaca o foco numa plantação autóctone densa – esta prática contrasta a habitual densidade de 1000 plantas/hectare dum pinhal com a de 20000 a 30000 plantas/hectare, resultando na sobrevivência das plantas mais resilientes – e no sentimento de comunidade e cocriação, mais presente neste modelo do que no ato singular de “num dia plantar uma árvore, e nunca mais a ver”.
Aponta como próximos passos a realização de uma segunda sessão de discussão de ideias e de visita ao local, e na captação de um “grupo de guardiões” interessados em desenvolver e cuidar o espaço, estendendo um convite a toda a comunidade do IST.
É num tom apaixonado que Clementina Teixeira encerra a sessão, ao relatar a sua experiência como voluntária da Urbem no desenvolvimento de outras, já bem estabelecidas, miniflorestas em Lisboa, apelando ao sentido de união e comunidade e até ao proveito artístico que surge do trabalho envolvido no cultivo e manutenção destas.



