Autoria: Francisco Raposo (MEFT), João Dinis Álvares (MEFT)
No passado dia 3 de junho, sucedeu-se a 3ª Assembleia Geral de Alunos Extraordinária, no anfiteatro VA3, onde foram aprovados o Relatório de Atividades e Contas Intercalar bem como uma Moção exigindo um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza e a interrupção de todas as parcerias entre o Técnico e instituições israelitas.
A 3ª Assembleia Geral de Alunos (AGA) Extraordinária iniciou-se com uma intervenção do presidente da Direção da AEIST, Pedro Monteiro, sobre os assuntos mais prementes do momento: a obra da fachada do edifício da Associação, que deverá terminar durante o verão; a revisão estatutária, prometida durante a campanha eleitoral e cujo processo continua a ser adiado, e a assinatura de novo protocolo com a Universidade de Lisboa, aumentando o financiamento destinado à AEIST, com especial foco no desporto.
Para além disso, a comissão interna responsável pela revisão dos estatutos da própria Associação irá reunir-se no próximo fim de semana, dias 8 e 9 de junho, para compilar todas as propostas de alterações.
Seguiu-se a apresentação do Relatório de Atividades e de Contas Intercalar, documento no qual se avalia o cumprimento do Plano de Atividades. Salienta-se o trabalho já feito sobre a renovação do campo de padel, o contacto próximo com o Técnico para a revitalização do Bar da Bola. António Vidais, Vice-Presidente para os Assuntos Internos, falando sobre o GMC (Gabinete de Comunicação e Marketing), deixou claro que a responsabilidade do Bar da Bola é agora do Técnico, apesar de haver comunicação direta com a AEIST antes de qualquer decisão final ser tomada. O problema que causa mais atraso neste projeto está relacionado com as infiltrações de água provenientes do chão do antigo bar da Bola e do teto da Secção de Folhas.
Relacionado com as Secções Autónomas (SA), Jorge Marques, coordenador do GARE (Gabinete de Apoio e Representação Estudantil), fez notar que ainda não se cumpriu a revisão do Regulamento das Secções Autónomas para que não fossem feitas alterações ao mesmo tempo que os estatutos da AEIST estão a ser revistos. Jorge Marques foi ainda questionado sobre se a AE reconhece a existência de dois Núcleos de Estudantes Africanos, um autoproclamado pela antiga direção do Núcleo e outro pela nova, eleita de acordo com o Regulamento Geral das Secções Autónomas (RGSA), fruto da polémica nas últimas eleições para a direção do núcleo. A antiga direção fez um comunicado na sua página do Facebook, no qual afirmam ter-se desvinculado completamente da AEIST após reunião com o Conselho de Gestão. A Direção da AEIST garante que consultou o Conselho de Gestão e desmentem o que foi anunciado nas páginas do núcleo.
Rita Mendes, tesoureira da AEIST, na apresentação do Relatório de Contas, mencionou ainda que pelo menos uma parte dos cacifos da AE irão ser mudados durante este verão. Avisou que os pertences, como sempre, devem ser esvaziados durante o período de pausa letiva. Caso contrário, serão removidos e deverão ser reclamados pelos respetivos donos posteriormente.
O Conselho Fiscal de Disciplinar elogiou o Relatório de Atividades e Contas, parabenizando a Direção da AEIST pelo trabalho feito até agora, reiterando as palavras do presidente da Mesa de Assembleia Geral de Alunos, David Ferreira.
A AGA foi, no entanto, em grande parte marcada pela discussão de uma moção, introduzida na ordem de trabalhos a pedido do aluno Diogo Faustino, intitulada, inicialmente, Pela Libertação da Palestina. Nesse documento, exige-se a divulgação de uma lista que sumarize todas as parcerias e acordos existentes entre o Técnico e instituições do Estado de Israel e outras entidades israelitas, e a sua interrupção, incluindo o «fim do programa de Mestrado de duplo grau em Neurociências e Ciência de Dados entre o Técnico e a Universidade Bar-Ilan». Na discussão que se seguiu, deliberou-se não só que o seu título fosse alterado para Pela Reação do IST ao Conflito Israelo-Palestiniano, mas também que se incluísse um ponto reivindicando um cessar-fogo imediato nos territórios assolados por esses confrontos. Alguns alunos presentes, entre eles o presidente da Direção da AEIST, Pedro Monteiro, questionaram se as propostas não seriam prejudiciais para os alunos do mestrado referido, pondo também em causa a eficácia deste boicote. Outros alunos mostraram o seu descontentamento perante a aparente inexistência de uma posição pública por parte da Direção da AEIST sobre o assunto. O documento final acabou por ser aprovado por uma margem de 4 votos (14 a favor, 10 contra, 16 abstenções) e será enviado para o Conselho de Gestão do IST e para a Comissão para os Assuntos Científicos do Senado da Universidade de Lisboa.