Autoria: Ângela Rodrigues (LEFT), João Dinis Álvares (MEFT)
A Residência Manuel da Maia entrará em funcionamento, de acordo com os SASUL, em setembro do próximo ano letivo, e a Residência Duarte Pacheco será sujeita a uma reabilitação, de modo a colmatar problemas acumulados ao longo dos últimos anos.
No passado dia 17 de abril, foi inaugurada a Residência Manuel da Maia (RMM), no topo da Alameda Dom Afonso Henriques. Tal como noticiado anteriormente, a residência, que se encontrará sob a alçada dos Serviços de Ação Social da Universidade de Lisboa (SASUL), tem a capacidade para 320 camas, distribuídas por 96 quartos individuais e 112 quartos duplos. No entanto, de acordo com os SASUL, as chaves ainda não estão na sua posse, mas planeia-se que o alojamento de estudantes comece em setembro.
Com vista a permitir e melhorar as condições do alojamento, foram celebrados contratos relativos à aquisição de têxteis, no caso da RMM, e de colchões, para as outras residências em gestão direta pelos SASUL: Campo Grande, Campus da Ajuda, Luís de Camões e Duarte Pacheco (blocos A e B). Estes contratos totalizaram 56.866,05€, com um prazo de execução de 30 dias, a partir do dia 15 de abril de 2024.
Para além dos contratos referidos anteriormente, está previsto um projeto de reabilitação da Residência Duarte Pacheco (RDP), num total de 35.400,00€, a ser efetuado em 100 dias, a partir de 2 de abril de 2024. De forma a verificar se a reabilitação planeada vai ao encontro das necessidades dos residentes, entrevistou-se Pedro Leite, membro da Comissão de Residentes da RDP (CRRDP). Desde a passagem da RDP da alçada do Técnico para os SASUL, esta comissão tinha cessado de existir, criando um afastamento entre os residentes e os SASUL. Só este ano, voltou a ser reconhecida pelos SASUL.
De acordo com o entrevistado e alguns residentes, este afastamento tem-se traduzido em falhas de comunicação, dando o exemplo das manutenções que acontecem sem aviso prévio aos residentes. Mais recentemente, no dia 16 de maio, os referidos colchões foram entregues sem que os estudantes soubessem que tal iria acontecer, o que implicou que os SASUL entrassem nos seus quartos, sem aviso prévio.
“Por outro lado, existe uma grande abertura por parte do Dr. José Barbosa [responsável pela RDP] para a resolução de problemas. A questão dos colchões poderia ser mais um exemplo de uma falha de comunicação entre os SASUL e os residentes, mas fiquei com a ideia de que nem o próprio Dr. José Barbosa sabia que a entrega ia ser ontem [dia 16 de maio].”
As renovações planeadas para a RDP ao longo dos próximos meses seguirão várias vertentes. Um dos principais focos é a fraca iluminação existente na residência, que se sente tanto nos quartos como nas cozinhas e nos espaços de convívio exteriores e interiores. Planeiam-se melhoramentos em todos estes espaços, optando por substituição por LED’s quase na íntegra; a instalação de blocos autónomos atualizados; a adição de tomadas nos quartos, que atualmente fazem com que os residentes tenham de recorrer ao uso de extensões; e a atualização dos sistemas de extração das casas de banho dos blocos A e B, à semelhança do que já foi feito no bloco C.
Em termos de sistemas AVAC (Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado), não há queixas por parte dos residentes da necessidade de aquecimento, mas planeia-se uma “eventual instalação” em todos os edifícios. Prevêem-se a instalação de equipamentos de ar condicionado e a de equipamentos de ventilação mais eficientes do que os existentes – de notar, no entanto, que em nenhum quarto ou cozinha existe algum destes equipamentos, pelo que permanecerão tal como estão.
Apesar da RDP já existir há mais de 25 anos, nos blocos A e C, nunca existiram elevadores, embora haja caixas montadas de raiz para esse propósito. Prevê-se agora a instalação de elevadores nestes blocos, tal como já existe no bloco B.
Em termos do edificado, estão previstos vários estudos sobre: novos espaços para salas de estudo e de uma lavandaria; layout dos blocos A, B e C de modo a propor soluções para aumentar o número de quartos; um Parque Fitness a instalar no relvado lateral dos Blocos A e B; a substituição da estrutura metálica do bloco C que tem infiltrações, há vários anos, que põem em causa a segurança dos vários residentes que por ela passam todos os dias; cacifos maiores nas cozinhas, já que os residentes atualmente têm de colocar os seus utensílios em caixas amontoadas em mesas, devido à falta de espaço de arrumação.
Destaca-se ainda a previsão da beneficiação das redes de água e esgotos, de modo a corrigir as infiltrações na garagem, que têm posto em causa toda a infraestrutura da residência. Isto tem contribuído também para a presença de baratas na RDP, que já foi sujeita a várias desinfestações. Por último, há planos para a pintura geral do edificado.
Sobre o descrito neste contrato, o membro da CRRDP garantiu não ter sido informado das renovações planeadas para a residência.