A Epístola do Bombarda: Noção e Microondas

Autoria: O Irmão de Eletro do Bombarda

Um ano novo e, com ele, mais uma triste confirmação de que o Técnico continua sem qualquer problema em atropelar os estudantes, enquanto que a AEIST aparenta falhar na sua função mais básica: defender ativamente os Estudantes do Instituto Superior Técnico. As virtudes comunicativas do Presidente do IST já nos têm agraciado e acredito que possamos ver nisto o pináculo da retórica, ora por mails com ameaças durante a pandemia, aumento da propina pela calada (para posteriormente o Primeiro Ministro lhe cortar as pernas, seguido de novo mail com choradinho por ideias de financiamento), entrevistas ao expresso a justificar que o Técnico não é um Gulag (o que só por si tem traços de ridículo). E, neste último ponto, alegremo-nos uma vez que as barraquinhas no Jardim Norte podem começar a apontar para que esta feira venha a ter um circo a nascer no central. 

Não existe consciência social por parte do Conselho de Gestão perante os problemas dos alunos? Não existe remorso com o impacto negativo que isto vai ter? Não existe vergonha na solução que apresentam para o problema? Infelizmente, nem todos possuem o nível remuneratório de, por exemplo, um cargo de vice-presidente para aparecer em fotografias,  e assim poder fazer alimentação à base de Grab & Go e Uber Eats.

Fica também a pergunta do que é realmente a ação da AEIST, que deixa a perceção totalmente bacoca de que fast food e microondas são realmente a “solução possível” para o fecho de cantinas. Para quê ter cantinas de todo? Assim sendo, porque não enchemos só isto de barracas e microondas? O prazo de aquisição dos microondas vai ser semelhante ao da reparação das escadas? Ou pelo menos isso está acautelado para os alunos não comerem a frio? Se, por um lado, consigo perceber que a Presidência do IST não saiba comunicar com os estudantes, custa-me aceitar que a AEIST falhe nisso. E lanço um desafio à parte a quem estiver a ler de ir comparar as redes da Associação Académica de Coimbra e, posteriormente, olhar para as da AEIST repletas de anúncios da YTech. É triste, para dizer o mínimo. A verdade é que o IST, gozando de uma AE permissiva, com uma comunicação falível, fará de nós o que quiser. É urgente que a AEIST esteja em xeque, ou corre o risco de se aburguesar.

Falta comunicação e noção no Técnico. E tenho pena em dizer que, muitos anos depois de ter entrado, olhando para o IST, estamos pior.

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