Semana da Bioengenharia: Retrospetiva

A sexta edição da Semana da Bioengenharia (SBE) realizou-se nos passados dias 8 a 12 de março. Esta iniciativa começou em 2014 e foi lançada por alunos dos cursos de Engenharia Biomédica, Engenharia Biológica, Biotecnologia e Microbiologia. Neste momento, conta também com a participação de alunos do mestrado de Bioengenharia e Nanossistemas. Este evento visa promover a divulgação do trabalho desenvolvido na área da Bioengenharia, bem como estimular o desenvolvimento de networking entre os alunos, o mundo empresarial e a academia. A SBE realizou-se de forma totalmente online pela primeira vez.

O Diferencial teve a oportunidade de falar com as alunas que constituíram a Coordenação Geral da SBE este ano para compreender um pouco melhor como correu o evento e quais os principais desafios. Desta coordenação fizeram parte a Cristiana Vaz, aluna do 3º ano de Engenharia Biológica, a Maria Sousa, aluna do 4º ano desse mesmo curso, a Matilde Narciso, aluna do 2º ano do mestrado em Biotecnologia e a Irina Lopes, aluna do 3º ano de Engenharia Biomédica.

Autoria: Carolina Bento, MEBiom (IST)

Que temas procuraram abordar e porquê?

Irina: Uma das nossas prioridades foi a manutenção de alguns dos temas da edição passada que não se chegou a realizar. No entanto, também queríamos inovar e expor temas que sejam mais abrangentes e tenham um interesse maior por parte da sociedade.  Um dos temas que mais captou a atenção dos nossos participantes e que obteve mais sucesso foi o de Biomedicina no Espaço. Além disso, procurámos abordar a sustentabilidade. Em termos de inovação científica, focámo-nos particularmente nas áreas de medicina regenerativa, culturas in vitro e saúde na era digital. O painel relativo à Bioética também teve imensos participantes e gerou bastante discussão construtiva sobre o tema.

Maria: No caso de Biológica, tivemos então o painel de sustentabilidade, por exemplo. Procurámos inovar utilizando esta situação atípica a nosso favor e trazendo oradores internacionais, que num evento presencial seriam mais difíceis de captar. Por causa disto, também trouxemos um maior público à SBE.

Matilde: No dia de Biotecnologia, tivemos um painel de How to Grow Your Cells – In Vitro Cultures, que tratou o crescimento de células humanas in vitro, para serem usadas nas mais diversas aplicações, como por exemplo para aplicações farmacêuticas. Além disso, tivemos, também, um painel de Nanosolutions for Medical Applications, que é um tema bastante importante e com muito peso no futuro, daí a sua inclusão na SBE.

Irina: Estes temas foram todos impressionantes e bastante transversais a todos os cursos.

Quais eram as expectativas para a VI semana da Bioengenharia? Foram cumpridas?

Maria: Como o formato foi completamente alterado, começámos por tentar não criar expectativas. No entanto, à medida que os meses de trabalho iam avançando e o evento tomando forma, começámos a ver que os departamentos estavam a fazer um óptimo trabalho e o público estava empolgado, acabámos por ver que excedemos as expectativas. 

Irina: A adesão que tivemos de todos os participantes foi incrível. Houve imensa gente a comentar os nossos posts, as vagas das atividades com limite de participantes esgotaram quase automaticamente. Não esperávamos que o alcance fosse tão grande.

Matilde: Este ano conseguimos fazer com que as redes sociais tivessem um crescimento enorme e acreditamos que esse crescimento contribuiu para o grande sucesso da SBE. 

Cristiana: Como não foi possível fazer divulgação presencial, decidimos apostar mesmo nas redes sociais de forma a chegarmos ao maior número de pessoas possível. Além disso, o facto de ser on-line trouxe-nos, na verdade, algumas vantagens. Todo o evento estava à distância de um clique, não havia a necessidade de nos deslocarmos fisicamente até ao centro de congressos e, por causa disso, procurámos fazer a divulgação do evento mesmo a nível Europeu. 

Maria: Tivemos participantes de praticamente todos os continentes.

Quais os principais desafios nesta transição para um formato totalmente on-line?

Cristiana: Acho que o primeiro desafio foi a virtualização do evento. Foi difícil descobrir quais as plataformas mais adequadas a cada tipo de atividade, mas foi uma exploração muito interessante. Para as lectures e pitches, utilizámos o Zoom, em modo webinar. Na Job Fair e Alumni Sessions, utilizámos o Airmeet. Finalmente para os workshops, utilizámos o Zoom Meetings. Recebemos imenso feedback positivo a este nível. Outro desafio foi que nós mesmos, equipa e coordenação, entendêssemos que não seria possível realizar o Churrasco e a Visita de Estudo ou as nossas coffee breaks. Perdendo estas mais-valias, procurámos outras formas de tornar o evento mais interativo. Criámos o SBE Challenge, através do qual os alunos podiam ganhar prémios respondendo a um Kahoot.

Irina: Esta atividade também foi muito apreciada pelos nossos colegas, que adoraram os prémios.

Matilde: Uma das dificuldades foi também fazer a gestão de todas as atividades em simultâneo, mas conseguimos ultrapassar essa dificuldade e fizemos um bom trabalho. Pelo menos, o feedback que foi recebido foi de que fomos impecáveis em tudo.

Cristiana: Acho que ultrapassarmos estas questões se deveu a termos uma grande equipa e estarmos mesmo todos presentes para nos ajudarmos uns aos outros. A equipa estava mesmo muito ativa e presente.

Irina: Além disso, conseguimos ultrapassar todas as dificuldades que um evento online traz, faltas de internet, câmaras e microfones que não ligam, links que não funcionam. Esses obstáculos existiram, mas graças à equipa, pensámos em soluções para os resolver sem que o evento fosse prejudicado. Quero mais uma vez dar os parabéns a toda a equipa que teve um desempenho mais que exemplar.

Quais as expectativas para a próxima SBE?

Matilde: A primeira expectativa que temos é de que o evento possa ser presencial, porque, apesar de termos ganho imenso com este formato, ainda há muito que se perdeu. Esperamos que a próxima organização consiga realizar o evento de forma presencial e que possa chegar ainda a mais pessoas nacionais e internacionais. Além disso, esperamos que se mantenha o foco nos temas relevantes para a sociedade. 

Maria: Outra expectativa que temos é que ainda mais cursos do Departamento de Bioengenharia façam parte do departamento e da organização e que para o ano a equipa se mantenha tão comprometida e unida como se mostrou este ano. 

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