Texto 1: Anónimo
Fui assediada por um professor no primeiro ano de MEFT. Ao falar com colegas mais velhas foi-me dito: “isso é normal, acontece todos os anos”.
Texto 2: Anónimo
Ainda estava no secundário. Estava a voltar para casa, perto do IST, de noite. De repente ouvi alguém a correr e senti uma palmada gigante no meu rabo, seguida de um apalpão. Gritei e chamei-lhe nomes. O rapaz estava trajado e fugiu a correr. Foi um susto.
Texto 3: Anónimo
Há cerca de 1 ano atrás fui a uma festa na Faculdade de Medicina com umas amigas. Estávamos na fila para a casa de banho e a fila era tão grande e o espaço tão pequeno que era impossível manter qualquer distância das pessoas que nos rodeavam. Estávamos como sardinhas enlatadas. A certa altura senti uma mão a tocar-me no rabo. Ao início pensei “okay, pode ter sido sem querer”. No fundo, estávamos mesmo todos encostados uns aos outros e não quis partir logo para o pior cenário. Mas estava enganada. Do nada, senti essa mão a apalpar-me com bastante força. Num reflexo rápido, consegui agarrar essa mão e afastá-la de mim e, numa réstia de esperança de que não passasse tudo de um mal entendido, perguntei à minha amiga que estava comigo “M, a mão que eu estou a agarrar não é tua, pois não?” – ainda achei que pudesse ter sido ela num tom de brincadeira – ao que ela acenou que não, com um ar muito confuso. Paralisei. Quando me virei, vi um rapaz, que devia ter a minha idade, mas não o conhecia de lado nenhum. Estava incrédula, nunca me tinha acontecido nada igual. A minha amiga, que se apercebeu do que se estava a passar, disse para o rapaz cuja mão eu estava a agarrar nesse preciso momento “Pára de apalpar a minha amiga!”, ao que o rapaz, que estava acompanhado por amigos e amigas, respondeu “Ah, desculpa! Foi sem querer. Não sabia.”. Fomos embora nesse instante, não valia a pena argumentar e eu só queria sair dali, mas ainda consegui ver os seus amigos a rirem-se da situação. Mas não, não foi sem querer. Foi claro como água. Foi nojento. Lembro-me de passar o resto da noite super desconfortável e enojada.