A tradição das tunas académicas regressa a Lisboa

Autoria: Ana Oliveira (LEFT) e Maria Abrantes (LEFT)

No passado fim de semana, dias 1 e 2 de março, iniciou-se o mês com o XXIII TUIST, o Festival Internacional de Tunas “Cidade de Lisboa”. O espetáculo decorreu na Aula Magna, na Cidade Universitária de Lisboa, e contou não só com a participação de diversas tunas de todo o país, mas também com a presença de uma tuna sul-americana.

O festival, que esteve acessível a qualquer pessoa, contemplou atuações em que se combinaram performances alegres e agitadas com serenatas delicadas. Destacou-se um ambiente competitivo não só entre tunas, mas também entre claques durante os vários momentos musicais. As últimas são constituídas por alunos dos diversos cursos do IST, que disputam pelo título de melhor claque, acrescido do prémio simbólico de um barril de cerveja. Todas trouxeram cânticos ensaiados e grandes cartazes direcionados a cada tuna que atuava, sem demonstrar preferências. Como é habitual, os estudantes com duas ou mais matrículas vestiram o traje académico, assim como os tunantes.

A Tuna Universitária do Instituto Superior Técnico, também apelidada de TUIST, assumiu a organização do evento, bem como das festas que sucederam os espetáculos em ambos os dias. O convívio académico noturno dispôs de uma banda ao vivo na primeira noite e de um DJ na segunda, acompanhados de comida e bebida.

A TUIST foi a única tuna a atuar em ambas as noites. A primeira ficou marcada pelos números das  tunas da região centro-Lisboa, entre as quais a TFIST (Tuna Feminina do IST), a TAE (Tuna Académica do Liceu de Évora e única tuna não universitária presente), a anTUNiA (Tuna de Ciências e Tecnologia da Universidade de Lisboa), e a EUL (Estudantina Universitária de Lisboa). Já o último dia registou atuações da TUM (Tuna Universitária do Minho), Azeituna e TunAmérica, tunas minhotas e porto-riquenha, respetivamente. As atuações foram intercaladas por um grupo de 5 jograis do Orfeão Universitário do Porto que, como o nome indica, recorreram à comédia de modo a dinamizar o espetáculo. Com a proximidade das eleições legislativas, sátiras políticas, com ênfase no dever de voto, foram o tema predominantemente abordado, tanto pelos jograis como pelas tunas. Surgiram em pequenas encenações, que dispuseram de disfarces adequados e, por vezes, utilizaram-se apresentações de multimédia (transmitidas nos grandes ecrãs da sala) como complemento. Adicionalmente, algumas tunas apresentaram as letras das músicas que tocavam, o que promoveu a interação com o público, que quase sempre aderiu.

O XXIII TUIST foi encerrado com a entrega de prémios. Tanto a TAE como a TFIST (tunas madrinha e afilhada da TUIST) participaram no evento, embora não no concurso. As tunas vencedoras foram escolhidas por um júri eleito pela TUIST , enquanto que a melhor claque foi votada pelas tunas convidadas. Destacaram-se a anTUNiA, vencedora dos prémios  Melhor Pandeireta e  Melhor Solista, e a TUM, vitoriosa nas categorias de Melhor Bandeira, Melhor Instrumental e Melhor Tuna. No seguimento de um breve discurso do presidente da Associação dos Estudantes do IST, Pedro Monteiro, o galardão de Melhor Claque foi atribuído ao TagusPark. Efetivamente, o barril de cerveja foi transportado de “shuttle” para casa, como o grupo havia reforçado nas suas músicas.

Como é costume em festivais de tunas, antigos membros da TUIST e TFIST subiram ao palco e tocaram as músicas mais emblemáticas de cada uma. No final, já não eram só antigos tunantes a acompanhar a atual tuna. Também os seus filhos, ainda crianças, pisaram o palco, que chegou a albergar pelo menos 3 gerações. Ambas as noites culminaram com “Vida de Estudante” (TUIST), o tema mais aclamado da anfitriã. Um alvoroço tomou conta da sala de espetáculos, com todos de pé e fora dos seus lugares.

Como um todo, o festival ficou marcado por performances únicas e características das diferentes localidades representadas. Apesar de distintas, as tunas demonstraram união através da música e do espírito académico.

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