
Autoria: Rúben Sousa (LEAer)
A Aeroliga, competição de futsal amigável no Técnico, viu na época 2024/25 um marco inédito: a estreia da primeira equipa feminina da sua história. As Intermamis, que entraram na liga com um espírito descontraído, rapidamente conquistaram o respeito e o apoio da comunidade, e com uma presença vibrante dentro e fora de campo, tornaram-se símbolo de que a paixão pelo jogo transcende qualquer barreira.
Com o objectivo de promover o desporto e a entreajuda entre os alunos de Engenharia Aeroespacial do Instituto Superior Técnico, foi criada há 6 anos uma liga de futsal amigável, a Aeroliga [1], por e para estudantes do IST. Inicialmente fundado como um projeto interno associado ao curso de Aeroespacial, até à atual 6ª edição esta liga tem mostrado bastante crescimento, tanto a nível de número de equipas como de adesão por parte de estudantes do Técnico. Semanalmente, após um dia inteiro de aulas, estes alunos dirigem-se ao espaço de churrascos para assistir aos confrontos que a Aeroliga nos traz, agora não só entre alunos de Engenharia Aeroespacial, mas também incluindo equipas de diversas outras vertentes, como núcleos ou outros cursos. Englobando na época de 2024/25 um total de 15 equipas. Tratando-se de um marco histórico para a liga, a primeira equipa feminina integrante trata-se da recém-formada Intermamis.
Trazendo um elenco composto por 16 atletas registadas na Aeroliga, as Intermamis foram uma das seis equipas a juntaram-se a esta frenética liga em setembro de 2024. Atualmente com 18 golos em 11 jornadas, encontram-se como uma das únicas 4 equipas sem cartões amarelos ou vermelhos registados.
Aquando do fim da Jornada 10, frente ao CD Encaba Sem Piedade, o Diferencial teve a oportunidade de entrevistar a capitã das Intermamis, Rita Borges, bem como o Presidente da Aeroliga, Guilherme Rocha.
Durante esta entrevista, a capitã contou-nos que a ideia surgiu de uma conversa enquanto “davam uns toques” após assistirem a um jogo da edição passada da Aeroliga: 3 das atuais atletas decidiram também que se queriam juntar à liga e jogar “na descontra”, apesar de estarem, inicialmente, com algumas dúvidas se conseguiriam ou não apurar-se para os Play-ins (fase eliminatória, pós-Época Regular da competição). Enfatizando-se um dos valores desta liga, a diversão, jogando “na descontra”, como disse a capitã, “jogamos para descontrair, como muitas outras equipas”.
Sendo a primeira equipa feminina desta liga, surgiram alguns receios da parte da administração quanto à sustentabilidade; como nos relatou o Presidente da liga, “havia o receio de que a certa altura (se) desmotivassem e deixassem de aparecer nos jogos, especialmente porque existem várias equipas que também tentaram entrar e não conseguiram. Felizmente não foi o caso, pelo contrário”, descrevendo a estreia das Intermamis como “um choque no início, mas que foram bem recebidas e aceites pela comunidade, e agora são uma das equipas mais vibrantes da liga e mais apoiadas pelos fãs”, tornando-se um símbolo de como a paixão pelo jogo transcende qualquer barreira. A capitã das Intermamis acrescenta: “fomos bem recebidas no início, nos churrascos as pessoas adoravam-nos. Saber também que tínhamos sempre uma claque em qualquer jogo é algo giro e tem a sua piada”.
Relativamente a tratar-se de uma liga mista, tal como mencionou o presidente da Aeroliga, “é diferente de quando se é criança, a abordagem é diferente, a partir de certa idade, num desporto físico, é preciso ter um pouco mais de consciência e cuidado”. No contexto da Aeroliga mencionou que “nota-se que há menos agressividade, mas ainda assim os jogos são jogados de igual para igual, as regras são iguais para todos”. Aquando do recrutamento para a equipa, notou a capitã que “apesar de sermos quase todas raparigas de 2º ano de Aero[espacial], quando dissemos que queríamos formar uma equipa tivemos bastantes caloiras e mais pessoal com interesse em juntar-se”.
Até à Jornada 10, como descrito por ambos os entrevistados, o momento mais memorável da equipa foi “o último jogo, o 7-9 contra o Celta de Vinho”, que foi “bastante disputado”. “Eles trouxeram também duas raparigas para jogar contra as Intermamis” disse o presidente, acrescentando a capitã que “foi um bom momento, o jogo foi equilibrado, além disso foi a estreia do equipamento novo”.
Terminando a entrevista com algumas palavras do presidente da liga sobre o propósito da mesma: “Na Aeroliga não há nenhuma restrição que impeça alguém de jogar, desde que seja do Técnico. Há regras mais específicas na seleção das equipas por causa de cursos e assim, mas o importante é que não há discriminação na liga. Qualquer pessoa é livre de se inscrever e jogar: é uma liga amigável, não deixa de ser competitiva, mas o nosso objetivo é motivar a prática desportiva de forma amigável e mesmo o convívio para descansar da faculdade, é saudável para a comunidade do Técnico.”
Referências: [1] AeroLiga – Home [acedido a 19-03-2025]