Autoria: João Carranca (LEEC)
Apesar de ainda não haver QUCs para as cadeiras de 1º semestre, com as notas já lançadas em secretaria é possível calcular taxas de reprovação provisórias. Cadeiras como Algoritmos e Estruturas de Dados (AED), Análise de Circuitos (ACir) e Sinais e Sistemas (SS) têm grandes quebras em relação ao ano passado, com AED e SS a ficar abaixo dos 50% de aprovação.
Concluídas as avaliações das cadeiras de primeiro semestre, já é possível ter uma ideia de como evoluíram as taxas de aprovação em relação ao mesmo período do ano passado. No caso da Licenciatura em Engenharia Electrotécnica e de Computadores (LEEC), 3 das 6 cadeiras de 2º ano tiveram retrocessos significativos.
Análise de Circuitos, cadeira de introdução à eletrónica e fundamental para o resto do curso, desce de 77% de aprovação para 54,1%, uma descida que resulta de uma mais que duplicação da percentagem de reprovados, de 13,9% para 35%. O número de não avaliados aumenta também mas de forma residual, de 9,1% para 11%.
Sinais e Sistemas, que, em 2022/23, fechou o semestre com uma taxa de aprovação de 70,4%, desce agora para 49,9% com 212 alunos não aprovados. Trata-se de uma cadeira que é lecionada em conjunto com Engenharia Biomédica e que sofreu uma alteração significativa na sua metodologia de avaliação entre os dois anos letivos, sendo que, da época normal para a época de recurso, o peso dos laboratórios na nota final passou de 50% para 0%. Assim o exame passou a valer 100%, independentemente da nota de laboratório obtida em época normal. Trata-se de uma alteração pouco comum e sem precedente na cadeira desde a chegada do MEPP.
AED, que já possuía nos anos letivos de 2021/22 e 2022/23 uma das piores taxas de aprovação da licenciatura, desce também substancialmente no que toca à percentagem de aprovados. Em 2022/23 foram 57,8%, mas este ano apenas 44,4% obtiveram aprovação. O caso de AED é especial pois a cadeira apresenta desde 2022/23 um número de não avaliados sem paralelo com qualquer cadeira da licenciatura e já apresentava em 2021/22 a segunda pior taxa de não avaliados no curso. Em 2023/24 foi 31,3%, valor que não é sequer o mais alto no pós-MEPP, já que em 2021/22 chegou a quase 37%. A descida da taxa de aprovação deve-se então a um aumento da percentagem de reprovados de 12% para 24,4%. Trata-se de uma cadeira com três componentes de avaliação, duas das quais cuja realização é obrigatória para que os alunos sejam tidos como “avaliados” na pauta final. Entre as três está um projeto com duas fases de entrega a que a própria docência da cadeira se refere como sendo “complexo”. O exame e projeto possuem nota mínima, ao contrário dos laboratórios que não são obrigatórios., apesar de terem peso na avaliação final.
Estas quebras significativas em cadeiras chave da área principal do curso não inspiram confiança para o aproveitamento académico futuro daqueles que atualmente frequentam LEEC. São dados que certamente serão analisados a fundo tanto pelo Departamento de Engenharia Electrotécnica e de Computadores como pelo Conselho Pedagógico do IST com vista a aferir o que levou a tais quebras e fazer as correções necessárias.