Rogério Colaço garante: “Nenhum aluno ficará retido na licenciatura por causa de uma cadeira de HACS”

Autoria: Diogo Faustino (MEAer), Francisca Branco (LEAer)

Na sequência da carta que um grupo de alunos lesados fez chegar ao presidente do IST, Rogério Colaço, este convocou uma reunião no dia 28 de setembro de forma a ouvir as preocupações da comunidade e esclarecer as soluções encontradas. Esta reunião decorreu no auditório Abreu Faro, no campus da Alameda, onde também estiveram presentes o vice-presidente docente do Conselho Pedagógico e o vice-presidente do IST para os Assuntos Académicos.

Na carta, a que o Diferencial teve acesso, os estudantes argumentam que a anulação das suas colocações nas cadeiras de Humanidades, Artes e Ciências Sociais (HACS) colocou em causa os seus percursos académicos, comprometendo, em certos casos, “a realização do Projeto Integrador, (…) podendo implicar (…) a realização de um ano adicional no IST”.

Foram reivindicadas ainda a abertura imediata de um novo processo de candidaturas com as vagas sobrantes do concurso anterior e a existência de uma cadeira de HACS de 6 créditos para todos os alunos afetados, ainda durante o primeiro semestre.

Frente a frente com os alunos, o presidente do IST garantiu que no segundo período entrará em funcionamento uma nova Unidade Curricular (UC), Engenharia de Decisão e Políticas Públicas, com capacidade para todos os alunos afetados, apesar de não serem obrigados a escolher esta solução. Esta cadeira, de 6 ECTS, funcionará em regime de Seminário, cujas aulas deverão ser gravadas de forma a suavizar possíveis incompatibilidades de horários, garantiu o presidente.

Uma UC a funcionar no P2 acarreta, ainda assim, uma carga de trabalho excessiva para muitos dos estudantes afetados. Segundo o testemunho de Bruna Fernandes, delegada de 2º ano de Engenharia Aeroespacial, muitos dos seus colegas optaram por se inscrever nas cadeiras de Gestão ou Introdução à Economia, que no currículo recomendado pertencem ao 3º ano letivo, adiando a realização das cadeiras de HACS para o próximo ano letivo de forma a uniformizar a carga horária em cada período.

Tendo sido questionado sobre o assunto, Rogério Colaço confirma que o Técnico havia sido informado a 28 de julho de que a FCUL decidira reduzir em 75% as vagas para alunos do IST, não tendo especificado as UC visadas por este emagrecimento.

Em declarações ao Diferencial, alunos de Engenharia Informática e de Computadores presentes na reunião defendem que é chocante que esta informação não tenha espoletado a criação imediata duma alternativa interna. Veem nesta inação uma falta de “genuíno interesse” em resolver a situação e sentem que não existe uma preocupação em garantir que não se repete no próximo ano letivo.

Garantem que a AEIST só serviu como ponte para os órgãos da Escola, referindo que devia ter tido um papel na organização do movimento de estudantes lesados. De salientar que os representantes do grupo de estudantes afetados foram recebidos pelo presidente da AEIST, que transmitiu as suas preocupações ao presidente do IST.

Estes estudantes apontam ainda o dedo ao papel insuficiente que o Conselho Pedagógico teve na resolução desta questão, lembrando que Rogério Colaço pediu aos próprios afetados que sugerissem alterações à fórmula de seriação.

De facto, o presidente comprometeu-se a fazer chegar propostas dos alunos para novas fórmulas de seriação ao Conselho Pedagógico, para discussão em plenário. Para além disso, afirmou que, para prevenir que a mesma situação se repita no próximo ano, o Técnico “tem que garantir vagas internas para pelo menos 90% dos estudantes”.

O alargamento do número de vagas dentro do IST passará pelo aumento da oferta destas unidades curriculares, assegurando cerca de 800 vagas por semestre. O presidente realçou que estas serão prioritárias para alunos do 3º ano, para que possam concluir a licenciatura.

A reunião terminou assim com um pedido de desculpas do Técnico e a informação de que, no dia 6 de outubro, serão comunicadas as soluções encontradas para estes estudantes, incluindo o número de vagas para cada unidade curricular disponível e a descrição do processo de candidatura.

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