Autoria: Francisco Ferreira (LEIC-T), Laura Ildefonso (LMAC) e Tiago Fernandes (MEEC)
Nos dias 9 e 10 de maio, o Diferencial realizou um inquérito presencial aos alunos do Instituto Superior Técnico, tanto no campus Taguspark como no campus Alameda. Com um total de 504 respostas válidas, foi possível obter uma amostra estatisticamente significativa da comunidade estudantil do Técnico.
Foi feita uma comparação com outros inquéritos realizados aos alunos, como o Inquérito Anual aos Alunos do Técnico ou o Perfil dos alunos ingressados no IST, e a inquéritos realizados ao geral da população portuguesa de modo a destacar particularidades relevantes dos estudantes do Instituto Superior Técnico.
68% dos inquiridos são alunos de licenciatura, o que revela uma sobrerrepresentação deste ciclo de estudos, visto que apenas 57% dos alunos totais do Instituto Superior Técnico são licenciandos.
Primeiramente, é de notar que 29% dos inquiridos se identificam com o género feminino e 68% com o género masculino, sendo que os 3% restantes responderam “Outro” ou “Prefiro não responder”. 78% dos inquiridos frequentaram escolas secundárias públicas e 22% frequentaram o ensino secundário privado.
45% dos inquiridos são alunos deslocados e notou-se uma correlação negativa fraca com o tempo de viagem para o campus. Esta pode ser explicada com o facto de a proximidade ao campus ser um fator na procura de alojamento. Verificou-se também que a média de tempo de viagem para chegar ao campus Taguspark (53 minutos) é ligeiramente superior à média de tempo de viagem para chegar ao campus Alameda (49 minutos), sendo que o maior tempo registado foi 150 minutos (aluno do Taguspark). Os transportes mais utilizados pelos alunos para chegar ao Técnico são o metro, o autocarro e o comboio. De notar também que 14 dos inquiridos utilizam o barco no seu trajeto para chegar ao seu campus.
Quando questionados acerca de uma relação amorosa, 55% dos inquiridos afirmaram não estar numa relação de qualquer tipo, 39.2% dizem estar numa relação e 5.8% não conseguem definir se estão ou não numa relação deste tipo.
80% dos inquiridos consideraram-se a favor da praxe mas só 53% participaram. Notou-se uma correlação fraca entre os que estão a favor e se alinham com partidos da direita.
Quando questionados se são leitores do Diferencial, 76% dos inquiridos responderam que não e 24% afirmaram ler o jornal dos estudantes do IST. Identificou-se uma correlação fraca entre os leitores do jornal e apoiantes de partidos de esquerda. Em relação ao clube desportivo que apoiam, 33.7% apoiam o Benfica, 24.4% apoiam o Sporting, 9% apoiam o Porto e 4.9% apoiam outro clube. É de notar que 28% não apoiam qualquer clube desportivo.
Em relação ao seu futuro, apenas 49% dos inquiridos consideram ficar em Portugal, sendo que 77.5% veem a emigração como uma possibilidade, a maioria dos quais (73.9%) para um país europeu. 16.5% dos estudantes consideram ainda sair da Europa.
Em relação a consumos e vícios, 11% dos inquiridos consideram-se fumadores ativos, uma frequência relativa semelhante aos 15% de jovens fumadores com mais de 15 anos no último inquérito nacional de saúde realizado pelo INE em 2020. Quanto ao consumo de bebidas energéticas 77% dos inquiridos afirmaram não consumir essas bebidas. Dos restantes 23%, 3% afirmaram consumir este tipo de bebida diariamente. Por fim, 25% dos inquiridos não consomem bebidas alcoólicas, sendo que 35% as consomem pelo menos 1 vez por semana.
Sobre o número de cafés consumido diariamente pelos estudantes do Técnico, só 42% dos inquiridos afirmaram não beber qualquer café. 25% dos estudantes bebem 1 café por dia e 20% bebem 2. Dos restantes 13%, 2.2% afirmaram beber 5 ou mais cafés por dia.
A Licenciatura em Engenharia Eletrónica (LEE) destaca-se dos restantes cursos, sendo que a mediana se encontra nos 3,5 cafés por dia.
Em relação ao partido político com que mais se identificam, o “vencedor” foi o PSD, apoiado por 26% dos inquiridos. Uma grande surpresa foram os 24% do Partido Livre, seguidos dos 18% da Iniciativa Liberal. 6% dos estudantes do Técnico identificam-se com o PS, 5% com o Chega, 5% com o PCP, 4% com o BE, 3% com o CDS e 2% com o PAN. 8% dos inquiridos não se identificam com nenhum partido. Numa análise geral, 52% dos inquiridos consideram-se de direita e 41% dizem-se de esquerda. Devido a um erro de formatação na elaboração do presente inquérito, a opção com o Partido Chega não estava incluída. As respostas obtidas derivam de estudantes que listaram o partido após assinalarem a opção “Outro”. O inquérito deve ser interpretado à luz do viés que esta omissão poderá ter criado.
Apenas 31% dos inquiridos alegam nunca ter cometido fraude académica, enquanto que 61% o faz ocasionalmente ou raramente. Constatou-se que os métodos mais comuns para esta prática foram a “Cópia por terceiros” (202 dos inquiridos) e a utilização de Inteligência Artificial fora dos moldes definidos para a realização de projetos e trabalhos (172 inquiridos).
Sobre a forma como os estudantes obtêm informação e notícias, 86.1% revelam que o faz pela Internet, sendo que o segundo método mais comum são as redes sociais (54.1%). Apenas 16 inquiridos a obtêm através de um jornal físico.
Relativamente à religião praticada, 41% consideram-se ateus, 32% consideram-se agnósticos e 27% dizem ser praticantes de uma religião, maioritariamente cristãos/católicos. Notou-se uma correlação fraca entre ser religioso e apoiar partidos de direita.