Autoria: João Carranca (LEEC), Filipe Valquaresma (MEAer)
No âmbito da renovação infraestrutural do IST, estão em andamento planos para a construção de um parque de estacionamento subterrâneo no campus da Alameda. Esta obra está nos planos do presidente Rogério Colaço para o mandato de 2024-2027 e tem como principal objetivo “retirar todos os carros da superfície do campus”.
Atualmente, uma parte significativa da superfície pavimentada do campus da Alameda está destinada ao estacionamento automóvel, o que impede o uso deste espaço para outros fins. Em alturas de maior movimento, como as horas de ponta do início e final do dia, os transtornos são mais notórios, especialmente por parte dos peões.
Para resolver este problema, o Presidente do IST apresenta, no seu plano quadrienal para o mandato de 2024-2027, uma solução que passa por construir um estacionamento subterrâneo que pretende remover totalmente a presença de carros à superfície do campus.
A libertação do espaço à superfície permitirá a criação de áreas de mobilidade e convívio para os estudantes e funcionários, melhorando significativamente a qualidade do ambiente no campus. Esta iniciativa pretende modernizar infraestruturas, mas também contribuir para uma experiência universitária mais agradável e sustentável: “percebemos isso quando vimos aqui ao fim de semana. O campus quase não tem carros, as pessoas andam à vontade e podem estar a falar no meio do passeio”, assinala Rogério Colaço.
O pré-projeto desta obra já está feito, sendo o tempo previsto de execução entre 18 a 24 meses. De acordo com as especificações da obra, este novo parque subterrâneo terá 3 pisos e “500 a 550 lugares”, que durante o dia são destinados “exclusivamente ou quase exclusivamente para o Técnico” mas que, durante a noite e aos fins de semana, seriam disponibilizados ao público, num modelo de estacionamento pago com a concessão do espaço a uma empresa que permitiria, com as receitas obtidas, criar margem financeira para pagar parte da dívida da obra. Este projeto prevê também a construção de dois novos anfiteatros de grandes dimensões, num novo centro de congressos, aproveitando o espaço libertado pela remoção do estacionamento à superfície à frente do pavilhão central.
As previsões de custos apontam neste momento para valores na ordem dos 12 a 14 milhões de euros, muito próximos dos despendidos com a construção do Técnico Innovation Center (TIC). De acordo com o presidente, o IST não tem capacidade para suportar este custo de forma independente, necessitando, portanto, de uma parceria com entidades dispostas a investir, como foi o caso da Fidelidade, no TIC.
Apesar desta parceria não estar ainda fechada, existem, de acordo com o Presidente do IST, “boas perspectivas” e um modelo claro do tipo de empresa tido como parceiro preferencial: empresas especializadas do ramo da gestão de estacionamentos. Os planos atuais apontam para o lançamento de um concurso público para a realização desta empreitada ainda antes do final deste ano.
Questionado acerca das implicações de um investimento avultado em estacionamento automóvel, numa altura de crescente preocupação por parte do público geral com as questões climáticas, o presidente do IST admite ser uma questão pertinente, na qual não tinha ainda pensado. “A eliminação do carro como veículo de transporte em ambiente urbano está fora de questão nos próximos 10 a 20 anos”, afirma, desvalorizando um eventual sinal do IST na direção do incentivo ao uso do automóvel.
Relativamente ao previsível impacto que uma obra desta dimensão poderá ter na comunidade durante a sua execução, o presidente do IST garante: “Há já estudos do plano de obra por forma a que os trabalhos não tenham impacto significativo no funcionamento normal do Técnico”.
Este mega-projeto, se executado como planeado, será uma das maiores, mais estruturantes e mais caras obras a acontecer no IST nas últimas décadas: “Queremos tentar devolver espaço do campus às pessoas que estão no campus, aos estudantes, aos professores, aos trabalhadores, porque o Técnico tem uma densidade de ocupação de carros muito significativa, o que prejudica muito a vivência e a mobilidade dentro do campus”.